quinta-feira, 16 de junho de 2011

o santo e porca

aaaaaaaaa

livros

A COMÉDIA DA MARMITA

ACOMEDIA DA MARMITA

sábado, 11 de junho de 2011

teatro 2

teatro 2

teatro 1

pecaEssa história é linda...
Personagem 1 - Narrador
Personagem 2 - Belzebu
Personagem 3 - Dinato
Personagem 4 - Todo Mundo
Personagem 5 - Ninguém
personagem 6 ou qualquer do Grupo: Encerramento da apresentação! Texto segue ao fim da peça: Pode-se ler tranquilamente.

P.S. Se quiseres pode mudar um pouco o diálogo para ficar mais fácil na apresentação, basta manter o sentido!

===> Todo o Mundo e Ninguém

Narrador : Um rico mercador, chamado "Todo o Mundo" e um homem pobre cujo nome é "Ninguém", encontram-se e põem-se a conversar sobre o que desejam neste mundo. Em torno desta conversa, dois demônios (Belzebu e Dinato) tecem comentários espirituosos, fazem trocadilhos, procurando evidenciar temas ligados à verdade, à cobiça, à vaidade, à virtude e à honra dos homens.

Narrador: Entra Todo o Mundo, Rico mercador, e faz que anda buscando alguma cousa que perdeu; e logo após, um homem, vestido como pobre. Este se chama Ninguém e diz:

Ninguém: Que andas tu aí buscando?

Todo o Mundo: Mil cousas ando a buscar: Delas não posso achar, porém ando porfiando por quão bom é porfiar.

Ninguém: Como hás nome, cavaleiro?

Todo o Mundo: Eu hei nome Todo o Mundo e meu tempo todo inteiro sempre é buscar dinheiro e sempre nisto me fundo. E sempre nisto me fundo: e sempre me baseio neste princípio, nesta idéia.

Ninguém: Eu hei nome Ninguém, e busco a consciência.

Belzebu: Esta é boa experiência: Dinato, escreve isto bem.

Dinato: Que escreverei, companheiro?

Belzebu: Que ninguém busca consciência.
e todo o mundo dinheiro.

Ninguém: E agora que buscas lá?

Todo o Mundo: Busco honra muito grande.

Ninguém: E eu virtude, que Deus mande, que tope com ela já.

Belzebu: Outra adição nos acude: escreve logo aí, a fundo,
que busca honra todo o mundo e ninguém busca virtude.

Ninguém: Buscas outro maior bem que esse?

Todo o Mundo: Busco mais quem me louvasse tudo quanto eu fizesse.

Ninguém: E eu quem me repreendesse em cada cousa que errasse.

Belzebu: Escreve mais.

Dinato: Que tens sabido?

Belzebu: Que quer em extremo grado todo o mundo ser louvado, e ninguém ser repreendido.

Ninguém: Buscas mais, amigo meu?

Todo o Mundo: Busco a vida a quem me dê.

Ninguém: A vida não sei que é, a morte conheço eu.

Belzebu: Escreve lá outra sorte.

Dinato: Que sorte?

Belzebu: Muito engraçado:Todo o mundo busca a vida
e ninguém conhece a morte.

Todo o Mundo: E mais queria o paraíso, sem que ninguém me estorve.

Ninguém: E eu proponho-me a pagar quanto devo para isso.

Belzebu: Escreve com muito aviso.

Dinato: Que escreverei?

Belzebu: Escreveque todo o mundo quer paraíso e ninguém paga o que deve.

Todo o Mundo: Gosto de enganar, e mentir nasceu comigo.

Ninguém: Eu sempre verdade digo, sem nunca me desviar.

Belzebu: Ora escreve lá, compadre, não sejas tu preguiçoso.

Dinato: Quê?

Belzebu: Que todo o mundo é mentiroso, e ninguém diz a verdade.

Ninguém: Que mais buscas?

Todo o Mundo: Lisonjear.

Ninguém: Eu sou todo desengano.

Belzebu: Escreve, ande lá, mano.

Dinato: Que me mandas assentar?

Belzebu: Põe aí muito bem declarado, não te fique no tinteiro:Todo o mundo é lisonjeiro, e ninguém desenganado.

Personagem 6:
Representada pela primeira vez em 1532, como parte de uma peça maior, chamada Auto da Lusitânia (no século XVI, chama-se auto ao drama ou comédia teatral), a obra é de autoria do criador do teatro português, Gil Vicente.

O autor deu o nome de Todo o Mundo e Ninguém às suas personagens principais desta cena. Pretendeu com isso fazer humor, caracterizando o rico mercador, cheio de ganância, vaidade, petulância, como se ele representasse a maioria das pessoas na terra (Todo Mundo). E atribuindo ao pobre, virtuoso, modesto, o nome de Ninguém, para demonstrar que praticamente ninguém é assim no mundo.

O autor: Gil Vicente

Não se sabe, ao certo, a data do nascimento de Gil Vicente. Talvez 1452, 1465 ou 1470. Supõe-se tenha falecido em 1537. Trabalhava junto à corte, como mestre da balança (ou seja, diretor da Casa da Moeda). Em 1502, por ocasião do nascimento do príncipe D. João III, representou perante a rainha mãe, ainda acamada, a peça Auto da visitação (ou Monólogo do vaqueiro). Com ela iniciava o teatro em Portugal. Em sua biografia quase tudo são hipóteses, inclusive a cidade portuguesa que teria sido seu berço natal.
Mas o importante mesmo é o valor de sua extensa obra teatral, com a qual pintou um painel crítico da sociedade portuguesa quinhentista, não lhe tendo escapado classe social alguma. Suas peças eram, em geral, representadas nos paços reais, com a corte presente. Os cenários e os recursos técnicos eram pobres, mas os temas engenhosos , as personagens decalcadas da realidade e a agilidade do diálogo, além do humor, fizeram do autor um dos mais significativos de toda a história da literatura portuguesa. Principais obras: Auto da Barca do Inferno, Auto da Barca do Purgatório e
2 anos atrás