quinta-feira, 3 de novembro de 2011


Resenhas
Consumismo apático
Filme reflete sobre consumo e questiona apelo fetichista do mercado na decisão de compra de produtos pelo consumidor.
Por Nereide Cerqueira
10/06/2008
Um supermercado branco que, ao invés de produtos, vende caixas vazias com dizeres que vão desde slogans famosos até frases de auto-ajuda. Esse é o cenário predominante de 1,99 - Um supermercado que vende palavras. Não se trata de um filme comum. Ao contrário, a crítica o caracteriza com adjetivos que variam de “diferente” ou “estranho” até “entediante” ou “falso”.
Apesar das percepções, que vão do amor ao ódio, não se pode negar que o filme leva à reflexão sobre a sociedade de consumo na qual estamos imersos e sobre o porquê de nossa apatia e passividade perante os apelos da publicidade. Dirigido por Marcelo Masagão, 1,99 foi concebido depois da leitura do livro Sem logo, de Naomi Klein, que trata da necessidade das grandes marcas se fetichizarem cada vez mais, e diz que o slogan é mais importante que o produto em si. No caso do filme, o preço 1,99 e as “palavras” escritas nas embalagens acabam sendo mais importantes do que os próprios produtos.
Os personagens-consumidores são apáticos, parecem robôs direcionados, influenciados pelos dizeres que são lidos nas prateleiras: “seja você mesmo”, “você é único”, “você conhece, você confia”. O que se vende é a realização dos desejos, sejam eles consumíveis ou não. Seqüências sem cortes, com a luz vinda de baixo, dão o tom impessoal e asséptico que contribui para a sensação de estranhamento que se tem ao assistir o filme.
As seqüências compõem-se de pequenas estórias que utilizam metáforas, por vezes incompreensíveis a primeira vista. Um personagem é submetido a um tipo de avaliação onde é possível que ele veja toda sua trajetória de consumo, mostrando produtos que fizeram parte de sua vida desde a infância até a idade adulta, numa relação entre consumo e status social e cultural. A indústria da beleza e do culto à forma também é abordada, quando uma mulher magra vai ao provador e, ao olhar-se no espelho, enxerga-se gorda. Ou ainda, quando todos os personagens começam a fazer ginástica num mesmo momento. Aliás, a padronização de comportamento é abordada numa situação semelhante, quando todos começam a falar ao telefone celular na mesma hora.
Esses momentos, em que todos os personagens fazem as mesmas coisas, como se influenciados por uma força maior, trazem à mente o poder que a propaganda tem sobre os comportamentos de compra e consumo e como as pessoas se iludem com as armadilhas criadas pela publicidade. Em meio a esse universo, surgem cenas excêntricas como a de uma vaca com os dizeres “just do it” no meio do supermercado, com um líquido amarronzado jorrando de suas tetas, sugerindo que seu leite já vem com achocolatado. Viés tecnológico e científico do consumo que merece reflexão.
http://www.labjor.unicamp.br/comciencia/img/consumo/entrevista/vaca.jpg
A apatia dos consumidores, às vezes, dá lugar à curiosidade, como quando dois homens disputam a última embalagem de “por que somos mamíferos” e todos param para ver a luta física que só termina quando um dos “lutadores” está desacordado. Uma porta misteriosa mostra diferentes situações a quem atravessa seus limites. Uma delas é a pobreza tratada como show quando um grupo se diverte tirando fotos de mendigos. Há inclusive a distribuição de frascos direcionados a pessoas que tenham diferentes sintomas: “obsessão”, “paranóia”, “prisão de ventre”, “chocólatra”... Seria uma referência à cura para todos os males da indústria farmacêutica?
Uma das cenas mais comentadas é a do caixa eletrônico para saque de dinheiro, que sugere uma relação sexual, e culmina com a saída do dinheiro da máquina. O prazer e o poder de compra juntos. Mas nada passa despercebido ao sistema. Com câmeras por todos os lados, a segurança logo percebe uma tentativa de furto e trata de impedi-la. Não há caixas para pagamento, mas lugares onde se escolhe a forma de adquirir a dívida: seis meses, 12 meses... Quem não tem dinheiro, não tem vez. Sai de mãos vazias, para juntar-se às outras pessoas excluídas, que não podem entrar no “templo do consumo”.
Mesmo nesse ambiente impessoal, há um instante em que as pessoas se encontram e é possível perceber que, à revelia da imposição das prateleiras, as relações humanas parecem se sobressair. Por alguns momentos, os personagens parecem dar-se conta de suas histórias individuais e mostram-se à procura de suprir suas necessidades mais íntimas. Mas nem tudo é tranqüilo e a seqüência das cenas pretende provocar angústia. Um congestionamento de carrinhos causa irritação e comportamentos atípicos, como um ataque de riso em uma das personagens. Num dado momento, a trilha sonora, do belga Wim Mertens, é interrompida por um grupo que faz uma performance musical, numa tentativa frustrada de acabar com o tédio predominante. E outras tentativas de acabar com a alienação do consumo se seguem, até a catarse final.
O filme tem como referência a teoria das redes, que estuda os fenômenos sociais a partir de redes de interesses e relativiza a sociedade a partir das polaridades das classes sociais. Segundo o diretor, a injustiça social não é o único viés possível para se compreender o ser humano, ao contrário, atrapalha a compreensão das relações da sociedade, cada vez mais complicada. Para ele, nossa fragilidade está no fetiche: “somos fetichistas e muito susceptíveis à própria propaganda e aos seus slogans”. Nesse supermercado não há cor, não há marcas, só frases com o apelo usado para que comprem seus produtos, ou seja, vendem-se palavras, vendem-se slogans e, em última análise, vendem-se fetiches.
Masagão, também diretor dos documentários Nós que aqui estamos por vós esperamos,Nem gravata nem honra Um pouco mais, um pouco menos, consegue trazer a discussão acerca do consumismo, assunto que não é novidade, à categoria de cinema-arte. Não se trata, porém, de entretenimento fácil, mas sim de um filme para ser visto com espírito crítico e que leva à reflexão.
Filme: 1,99 – Um supermercado que vende palavras
Direção: Marcelo Masagão
Brasil, 2003

sábado, 11 de junho de 2011

teatro 2

teatro 2

teatro 1

pecaEssa história é linda...
Personagem 1 - Narrador
Personagem 2 - Belzebu
Personagem 3 - Dinato
Personagem 4 - Todo Mundo
Personagem 5 - Ninguém
personagem 6 ou qualquer do Grupo: Encerramento da apresentação! Texto segue ao fim da peça: Pode-se ler tranquilamente.

P.S. Se quiseres pode mudar um pouco o diálogo para ficar mais fácil na apresentação, basta manter o sentido!

===> Todo o Mundo e Ninguém

Narrador : Um rico mercador, chamado "Todo o Mundo" e um homem pobre cujo nome é "Ninguém", encontram-se e põem-se a conversar sobre o que desejam neste mundo. Em torno desta conversa, dois demônios (Belzebu e Dinato) tecem comentários espirituosos, fazem trocadilhos, procurando evidenciar temas ligados à verdade, à cobiça, à vaidade, à virtude e à honra dos homens.

Narrador: Entra Todo o Mundo, Rico mercador, e faz que anda buscando alguma cousa que perdeu; e logo após, um homem, vestido como pobre. Este se chama Ninguém e diz:

Ninguém: Que andas tu aí buscando?

Todo o Mundo: Mil cousas ando a buscar: Delas não posso achar, porém ando porfiando por quão bom é porfiar.

Ninguém: Como hás nome, cavaleiro?

Todo o Mundo: Eu hei nome Todo o Mundo e meu tempo todo inteiro sempre é buscar dinheiro e sempre nisto me fundo. E sempre nisto me fundo: e sempre me baseio neste princípio, nesta idéia.

Ninguém: Eu hei nome Ninguém, e busco a consciência.

Belzebu: Esta é boa experiência: Dinato, escreve isto bem.

Dinato: Que escreverei, companheiro?

Belzebu: Que ninguém busca consciência.
e todo o mundo dinheiro.

Ninguém: E agora que buscas lá?

Todo o Mundo: Busco honra muito grande.

Ninguém: E eu virtude, que Deus mande, que tope com ela já.

Belzebu: Outra adição nos acude: escreve logo aí, a fundo,
que busca honra todo o mundo e ninguém busca virtude.

Ninguém: Buscas outro maior bem que esse?

Todo o Mundo: Busco mais quem me louvasse tudo quanto eu fizesse.

Ninguém: E eu quem me repreendesse em cada cousa que errasse.

Belzebu: Escreve mais.

Dinato: Que tens sabido?

Belzebu: Que quer em extremo grado todo o mundo ser louvado, e ninguém ser repreendido.

Ninguém: Buscas mais, amigo meu?

Todo o Mundo: Busco a vida a quem me dê.

Ninguém: A vida não sei que é, a morte conheço eu.

Belzebu: Escreve lá outra sorte.

Dinato: Que sorte?

Belzebu: Muito engraçado:Todo o mundo busca a vida
e ninguém conhece a morte.

Todo o Mundo: E mais queria o paraíso, sem que ninguém me estorve.

Ninguém: E eu proponho-me a pagar quanto devo para isso.

Belzebu: Escreve com muito aviso.

Dinato: Que escreverei?

Belzebu: Escreveque todo o mundo quer paraíso e ninguém paga o que deve.

Todo o Mundo: Gosto de enganar, e mentir nasceu comigo.

Ninguém: Eu sempre verdade digo, sem nunca me desviar.

Belzebu: Ora escreve lá, compadre, não sejas tu preguiçoso.

Dinato: Quê?

Belzebu: Que todo o mundo é mentiroso, e ninguém diz a verdade.

Ninguém: Que mais buscas?

Todo o Mundo: Lisonjear.

Ninguém: Eu sou todo desengano.

Belzebu: Escreve, ande lá, mano.

Dinato: Que me mandas assentar?

Belzebu: Põe aí muito bem declarado, não te fique no tinteiro:Todo o mundo é lisonjeiro, e ninguém desenganado.

Personagem 6:
Representada pela primeira vez em 1532, como parte de uma peça maior, chamada Auto da Lusitânia (no século XVI, chama-se auto ao drama ou comédia teatral), a obra é de autoria do criador do teatro português, Gil Vicente.

O autor deu o nome de Todo o Mundo e Ninguém às suas personagens principais desta cena. Pretendeu com isso fazer humor, caracterizando o rico mercador, cheio de ganância, vaidade, petulância, como se ele representasse a maioria das pessoas na terra (Todo Mundo). E atribuindo ao pobre, virtuoso, modesto, o nome de Ninguém, para demonstrar que praticamente ninguém é assim no mundo.

O autor: Gil Vicente

Não se sabe, ao certo, a data do nascimento de Gil Vicente. Talvez 1452, 1465 ou 1470. Supõe-se tenha falecido em 1537. Trabalhava junto à corte, como mestre da balança (ou seja, diretor da Casa da Moeda). Em 1502, por ocasião do nascimento do príncipe D. João III, representou perante a rainha mãe, ainda acamada, a peça Auto da visitação (ou Monólogo do vaqueiro). Com ela iniciava o teatro em Portugal. Em sua biografia quase tudo são hipóteses, inclusive a cidade portuguesa que teria sido seu berço natal.
Mas o importante mesmo é o valor de sua extensa obra teatral, com a qual pintou um painel crítico da sociedade portuguesa quinhentista, não lhe tendo escapado classe social alguma. Suas peças eram, em geral, representadas nos paços reais, com a corte presente. Os cenários e os recursos técnicos eram pobres, mas os temas engenhosos , as personagens decalcadas da realidade e a agilidade do diálogo, além do humor, fizeram do autor um dos mais significativos de toda a história da literatura portuguesa. Principais obras: Auto da Barca do Inferno, Auto da Barca do Purgatório e
2 anos atrás

sábado, 14 de maio de 2011

a cronica

a cronica de uma morte anuaciada...

a cronica de uma morte anuaciada...

a cronica de uma morte anuaciada...

a cronica de uma morte anuaciada...

a cronica de uma morte anuaciada...

a cronica de uma morte anuaciada...

a cronica de uma morte anuaciada...

domingo, 24 de abril de 2011

pesquisa qualitativa

INTRODUÇÃO
Uma pesquisa é sempre, de alguma forma, um relato de longa viagem empreendida
por um sujeito cujo olhar vasculha lugares muitas vezes já visitados. Nada
de absolutamente original, portanto, mas um modo diferente de olhar e pensar
determinada realidade a partir de uma experiência e de uma apropriação do conhecimento
que são, aí sim, bastante pessoais.
Contudo, ao escrevermos nossos relatórios de pesquisa ou teses de doutorado,
muitas vezes nos esquecemos de relatar o processo que permitiu a realização
do produto. É como se o material no qual nos baseamos para elaborar nossos
argumentos já estivesse lá, em algum ponto da viagem, separado e pronto para ser
coletado e analisado; como se os “dados da realidade” se dessem a conhecer, objetivamente,
bastando apenas dispor dos instrumentos adequados para recolhê-los.
Não parece ser assim que as coisas se passam. A definição do objeto de pesquisa
assim como a opção metodológica constituem um processo tão importante
para o pesquisador quanto o texto que ele elabora ao final. De acordo com Brandão
(2000), a tão afirmada, mas nem sempre praticada, “construção do objeto” diz respeito,
entre outras coisas, à capacidade de optar pela alternativa metodológica mais adequada
à análise daquele objeto. Se nossas conclusões somente são possíveis em razão
dos instrumentos que utilizamos e da interpretação dos resultados a que o uso dos
instrumentos permite chegar, relatar procedimentos de pesquisa, mais do que cumprir
uma formalidade, oferece a outros a possibilidade de refazer o caminho e, desse
modo, avaliar com mais segurança as afirmações que fazemos.

quinta-feira, 21 de abril de 2011

quarta-feira, 20 de abril de 2011

artigo

http://www.scielo.br/pdf/rpc/v30n5/a07v30n5.pdf

Pesquisa qualitativa

REFLEXÕES SOBRE O TRABALHO DE CAMPO

De modo geral, durante a realização de uma pesquisa algumas questões são colocadas de forma bem imediata, enquanto outras vão aparecendo no decorrer do trabalho de campo. A necessidade de dar conta dessas questões para poder encerrar as etapas da pesquisa freqüentemente nos leva a um trabalho de reflexão em torno dos problemas enfrentados, erros cometidos, escolhas feitas e dificuldades descobertas.

Este trabalho surgiu da necessidade de partilhar algumas informações e reflexões acerca do recurso à pesquisa qualitativa que, apesar dos riscos e dificuldades que impõe, revela-se sempre um empreendimento profundamente instigante, agradável e desafiador.



A SELEÇÃO DE SUJEITOS EM ABORDAGENS QUALITATIVAS

De um modo geral, pesquisas de cunho qualitativo exigem a realização de entrevistas, quase sempre longas e semi-estruturadas. Nesses casos, a definição de critérios segundo os quais serão selecionados os sujeitos que vão compor o universo de investigação é algo primordial, pois interfere diretamente na qualidade das informações a partir das quais será possível construir a análise e chegar à compreensão mais ampla do problema delineado. A descrição e delimitação da população base, ou seja, dos sujeitos a serem entrevistados, assim como o seu grau de representatividade no grupo social em estudo, constituem um problema a ser imediatamente enfrentado, já que se trata do solo sobre o qual grande parte do trabalho de campo será assentado.

A pesquisa que gerou as reflexões trazidas neste trabalho (Duarte, 2000), tinha como objeto de estudo o processo de formação profissional de cineastas brasileiros e, nesse caso, a escolha dos entrevistados esteve vinculada à necessidade de compreender o referencial simbólico, os códigos e as práticas daquele universo cultural específico, que não apresenta contornos muito bem definidos. Como saber, por exemplo, quem de fato pertencia, naquele momento, à categoria de cineasta no Brasil? Se não se trata de uma profissão legalmente regulamentada, com exigências explícitas do ponto de vista da formação escolar/acadêmica, como saber quem poderia ser considerado diretor de cinema? A partir de que critérios passa-se a ser considerado membro de uma categoria profissional desse tipo? Essas questões precisaram ser respondidas antes do início do trabalho de campo.

Entre 1988 e 1990, uma equipe de pesquisadores da Universidade Paris 8, na França, realizou uma investigação que tinha como objeto de estudo as formas de aprendizagem e de organização de uma categoria profissional denominada Les Réalisateurs1, que, naquele contexto, é composta por diferentes setores cujas atividades estão relacionadas a produtos audiovisuais – cinema, televisão, vídeo, publicidade, filmes institucionais, filmes e vídeos educativos, documentários entre outras.

A primeira parte do relatório dessa pesquisa fala, justamente da enorme dificuldade encontrada pela equipe de delimitar seu universo de estudo e buscar uma definição, mesmo que provisória, para um meio profissional resistente a qualquer categorização genérica. Os pesquisadores assinalam que desde o começo puderam perceber que, quando se trata de um setor ou grupo social cujas delimitações são muito fluidas, a definição da base da enquete constitui-se um problema.

Naquele caso, a solução encontrada foi a de trabalhar com três abordagens diferentes – uma genealógica: origem social do termo "realizador"; uma empírica: verificar, mediante a pesquisa qualitativa, como os realizadores se percebem e a partir de que categorias organizam o discurso sobre sua atividade profissional; e outra, bibliográfica: análise de textos profissionais, da imprensa especializada e de documentos sindicais.

Vencida essa etapa, a equipe considerou possível traçar um esboço da categoria profissional em questão, partindo para a elaboração de um cadastro com dados biográficos dos sujeitos reconhecidos pelo meio como profissionais da área. Esses dados foram obtidos por meio de cadastros de instituições ou entidades de classe e da realização de entrevistas semi-estruturadas com representantes dessas instituições. Com isso, organizou-se um banco de dados com referências de todos os realizadores de audiovisual em atividade na França naquele momento. Do banco de dados foram selecionados os sujeitos que viriam a ser entrevistados por meio de surveys.

A pesquisa sobre cineastas brasileiros também exigiu um mapeamento da população em estudo e a adoção de critérios bem definidos para a seleção dos entrevistados. Nesse caso, optou-se pelo sistema de rede2, no qual se busca um "ego" focal que disponha de informações a respeito do segmento social em estudo e que possa "mapear" o campo de investigação, "decodificar" suas regras, indicar pessoas com as quais se relaciona naquele meio e sugerir formas adequadas de abordagem. De um modo geral, as pessoas indicadas pelo "ego" sugerem que se procurem outras ou fazem referência a sujeitos importantes no setor e assim se vai, sucessivamente, amealhando novos "informantes". Essa é uma alternativa muito utilizada em pesquisas qualitativas e se tem mostrado produtiva. Alguém do meio, a partir do próprio ponto de vista, tem, relativamente, melhores condições de fornecer informações sobre esse meio do que alguém que observa, inicialmente de fora.

No meu caso, uma longa entrevista com um professor de cinema da Universidade Federal Fluminense ajudou a esboçar um mapa do grupo profissional em estudo e iniciar uma rede que viria permitir a incorporação progressiva de novos sujeitos à pesquisa. Vale dizer que esse professor veio a participar ainda de etapas posteriores da pesquisa, orientando eventualmente a seleção de entrevistados ou mesmo contribuindo para a análise da adequação de hipóteses ad hoc formuladas ao longo da investigação.

Contatos posteriores com o sindicato da categoria permitiriam a obtenção de informações mais precisas acerca de suas formas e instâncias de organização e de reconhecimento oficial. O sindicato dispunha, na ocasião, de um anuário relativamente atualizado, no qual constavam nomes e endereços de técnicos da indústria cinematográfica que exercem suas atividades nas regiões Norte, Nordeste, Sudeste e Centro-Oeste, incluídas, aí, algumas centenas de pessoas oficialmente registradas como diretores de cinema.

Um dicionário de cineastas brasileiros, que também é uma forma de legitimação (Miranda, 1990) tornou-se, igualmente, fonte de consulta, pois trazia dados biográficos e filmográficos, incluindo participações em festivais e premiações de diretores de cinema socialmente reconhecidos, dados esses que viriam a ajudar na preparação das entrevistas. Desse modo, associando informações advindas de diferentes fontes, foi possível organizar um pequeno banco de dados, relativamente detalhado, que passou a funcionar como base para a construção da população da pesquisa.



DELIMITAÇÃO DO UNIVERSO DE SUJEITOS A SEREM ENTREVISTADOS

Numa metodologia de base qualitativa o número de sujeitos que virão a compor o quadro das entrevistas dificilmente pode ser determinado a priori – tudo depende da qualidade das informações obtidas em cada depoimento, assim como da profundidade e do grau de recorrência e divergência destas informações. Enquanto estiverem aparecendo "dados" originais ou pistas que possam indicar novas perspectivas à investigação em curso as entrevistas precisam continuar sendo feitas.

À medida que se colhem os depoimentos, vão sendo levantadas e organizadas as informações relativas ao objeto da investigação e, dependendo do volume e da qualidade delas, o material de análise torna-se cada vez mais consistente e denso. Quando já é possível identificar padrões simbólicos, práticas, sistemas classificatórios, categorias de análise da realidade e visões de mundo do universo em questão, e as recorrências atingem o que se convencionou chamar de "ponto de saturação", dá-se por finalizado o trabalho de campo, sabendo que se pode (e deve) voltar para esclarecimentos.

No que diz respeito ao número de pessoas entrevistadas, o procedimento que se tem mostrado mais adequado é o de ir realizando entrevistas (a prática tem indicado um mínimo de 20, mas isso varia em razão do objeto e do universo de investigação), até que o material obtido permita uma análise mais ou menos densa das relações estabelecidas naquele meio e a compreensão de "significados, sistemas simbólicos e de classificação, códigos, práticas, valores, atitudes, idéias e sentimentos" (Dauster, 1999, p. 2). Eventualmente é necessário um retorno ao campo para esclarecer dúvidas, recolher documentos ou coletar novas informações sobre acontecimentos e circunstâncias relevantes que foram pouco explorados nas entrevistas.

Na pesquisa a que se refere este texto, o trabalho de campo foi interrompido quando se avaliou que com o material obtido seria possível: 1) identificar padrões simbólicos e práticas empregadas no universo estudado; 2) descrever e analisar diferentes trajetórias profissionais e construir hipóteses relativas ao processo de formação e de socialização profissional; 3) identificar valores, concepções, idéias, referenciais simbólicos que organizam as relações no interior desse meio profissional, buscando compreender seus códigos, o ethos3 profissional, mitos, rituais de consagração e legitimação, diferentes visões de cinema e concepções de aprendizagem do ofício e 4) configurar algum nível de generalização no que dizia respeito a essa categoria profissional, ao seu sistema de aprendizagem, regras de funcionamento, relação com o trabalho, rituais de ingresso e de consagração e assim por diante.

Para Dauster (idem), esse tipo de trabalho de campo tem como objetivo "compreender as redes de significado a partir do ponto de vista do 'outro', operando com a lógica e não apenas com a sistematização de suas categorias" (p. 2) e não deve ser interrompido enquanto essa lógica não puder ser, minimamente, compreendida.

sábado, 2 de abril de 2011





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sábado, 26 de março de 2011

NETTO SIMMYS PAGE

SOMTIMES I OPEN NEWSPAPER AND SAY MAN THIS CAN'T BE True!!! like if I have been there for the ling time!!! so waithing... for more information !!!

quinta-feira, 24 de março de 2011

A razão instrumental – que os frankfurtianos, como Adorno, Marcuse e Horkheimer também designaram com a expressão razão iluminista – nasce quando o sujeito do conhecimento toma a decisão de que conhecer é dominar e controlar a Natureza e os seres humanos. Assim, por exemplo, o filósofo Francis Bacon, no início do século XVII, criou uma expressão para referir-se ao objeto do conhecimento científico: “a Natureza atormentada”.
Atormentar a Natureza é fazê-la reagir a condições artificiais, criadas pelo homem. O laboratório científico é a maneira paradigmática de efetuar esse tormento, pois, nele, plantas, animais, metais, líquidos, gases, etc. são submetidos a condições de investigação totalmente diversas das naturais, de maneira a fazer com que a experimentação supere a experiência, descobrindo formas, causas, efeitos que não poderiam ser conhecidos se contássemos apenas com a atividade espontânea da Natureza. Atormentar a Natureza é conhecer seus segredos para dominá-la e transformá-la.
O tormento da realidade aumenta com a ciência contemporânea, uma vez que esta não se contenta em conhecer as coisas e os seres humanos, mas os constrói artificialmente e aplica os resultados dessa construção ao mundo físico, biológico e humano (psíquico, social, político, histórico). Assim, por exemplo, a organização do processo de trabalho nas indústrias apresenta-se como científica porque é baseada em conceitos da psicologia, da sociologia, da economia, que permitem dominar e controlar o trabalho humano sob todos os aspectos (controle sobre o corpo e o espírito dos trabalhadores), a fim de que a produtividade seja a maior possível para render lucros ao capital.
Na medida em que a razão se torna instrumental, a ciência vai deixando de ser uma forma de acesso aos conhecimentos verdadeiros para tornar-se um instrumento de dominação, poder e exploração. Para que não seja percebida como tal, passa a ser sustentada pela ideologia cientificista, que, através da escola e dos meios de comunicação de massa, desemboca na mitologia cientificista.
Todavia, devemos distinguir entre o momento da investigação científica propriamente dita e o da ideologização-mitologização de uma ciência. Um exemplo poderá auxiliar-nos a perceber essa diferença. Quando Darwin elabora a teoria biológica da evolução das espécies, o modelo de explicação usado por ele permitia-lhe supor que o processo evolutivo ocorria por seleção natural dos mais aptos à sobrevivência.
Ora, na mesma época, a sociedade capitalista estava convencida de que o progresso social e histórico provinha da competição e da concorrência dos indivíduos, segundo a lei econômica da oferta e da procura. Um filósofo, Spencer, aplicou, então, a teoria darwiniana à sociedade: nesta, os mais “aptos” (isto é, os mais capazes de competir e concorrer) tornam-se naturalmente superiores aos outros, vencendo-os em riqueza, privilégios e poder.
Ao transpor uma teoria biológica para uma explicação filosófica sobre a essência da sociedade, Spencer transformou a teoria científica da evolução em ideologia evolucionista. Por quê? Em primeiro lugar, porque generalizou para toda a realidade resultados obtidos num campo particular de conhecimentos específicos. Em segundo lugar, porque tomou conceitos referentes a fatos naturais e os converteu em fatos sociais, como se não houvesse diferença entre Natureza e sociedade. Uma vez criada a ideologia evolucionista, o evolucionismo tornou-se teoria da História e, a seguir, mitologia científica do progresso humano.
A noção de razão instrumental nos permite compreender:
● a transformação de uma ciência em ideologia e mito social, isto é, em senso comum cientificista;
● que a ideologia da ciência não se reduz à transformação de uma teoria científica em ideologia, mas encontra-se na própria ciência, quando esta é concebida como instrumento de dominação, controle e poder sobre a Natureza e a sociedade;
● que as idéias de progresso técnico e neutralidade científica pertencem ao campo da ideologia cientificista.

O problema do uso das ciências
Além do problema anterior, isto é, de teorias científicas serem formuladas a partir de certas decisões e escolhas do cientista ou do laboratório onde trabalham os cientistas, com conseqüências sérias para os seres humanos, um outro problema também é trazido pelas ciências: o de seu uso.
Vimos que uma teoria científica pode nascer para dar resposta a um problema prático ou técnico. Vimos também que a investigação científica pode ir avançando para descobertas de fenômenos e relações que já não possuem relação direta com os problemas práticos iniciais e, como conseqüência, é freqüente uma teoria estar muito mais avançada do que as técnicas e tecnologias que poderão aplicá-la. Muitas vezes, aliás, o cientista sequer imagina que a teoria terá aplicação prática.
É exatamente isso que torna o uso da ciência algo delicado, que, em geral, escapa das mãos dos próprios pesquisadores. É assim, por exemplo, que a microfísica ou física quântica desemboca na fabricação das armas nucleares; a bioquímica e a genética, na de armas bacteriológicas. Teorias sobre a luz e o som permitem a construção de satélites artificiais, que, se são conectáveis instantaneamente em todo o globo terrestre para a comunicação e informação, também são responsáveis por espionagem militar e por guerras com armas teleguiadas.
Uma das características mais novas da ciência está em que as pesquisas científicas passaram a fazer parte das forças produtivas da sociedade, isto é, da economia. A automação, a informatização, a telecomunicação determinam formas de poder econômico, modos de organizar o trabalho industrial e os serviços, criam profissões e ocupações novas, destroem profissões e ocupações antigas, introduzem a velocidade na produção de mercadorias e em sua distribuição e consumo, modificando padrões industriais, comerciais e estilos de vida. A ciência tornou-se parte integrante e indispensável da atividade econômica. Tornou-se agente econômico e político.
Além de fazer parte essencial da atividade econômica, a ciência também passou a fazer parte do poder político. Não é por acaso, por exemplo, que governos criem ministérios e secretarias de ciência e tecnologia e que destinem verbas para financiar pesquisas civis e militares. Do mesmo modo que as grandes empresas financiam pesquisas e até criam centros e laboratórios de investigação científica, assim também os governos determinam quais as ciências que irão ser desenvolvidas e, nelas, quais as pesquisas que serão financiadas.
Essa nova posição das ciências na sociedade contemporânea, além de indicar que é mínimo ou quase inexistente o grau de neutralidade e de liberdade dos cientistas, indica também que o uso das ciências define os recursos financeiros que nelas serão investidos.
A sociedade, porém, não luta pelo direito de interferir nas decisões de empresas e governos quando estes decidem financiar um tipo de pesquisa em vez de outra. Dessa maneira, o campo científico torna-se cada vez mais distante da sociedade sem que esta encontre meios para orientar o uso das ciências, pois este é definido antes do início das próprias pesquisas e fora do controle que a sociedade poderia exercer sobre ele.
Um exemplo de luta social para intervir nas decisões sobre as pesquisas e seus usos encontra-se nos movimentos ecológicos e em muitos movimentos sociais ligados a reivindicações de direitos. De um modo geral, porém, a ideologia cientificista tende a ser muito mais forte do que eles e a limitar os resultados que desejariam obter.

segunda-feira, 21 de março de 2011

cleverson candioto Kleber Candiotto

Cleverson Leite Bastos
Doutor pela PUCSP com estágio de pós-doutorado na Universidade São Carlos, o professor Cleverson Leite Bastos atua na linha de Epistemologia nos projetos Verdade e Método, no qual desenvolve trabalhos sobre ?Teorias da verdade? e sobre a ?Fundamentação epistêmica das ciências biológicas?, e no projeto O Pragmatismo e suas repercussões na epistemologia contemporânea, no qual desenvolve trabalho intitulado ?Os portadores da verdade e teorias não realistas?. Trabalha preferencialmente com os autores: Giofre Muller, John Wargth, Karl Popper.
E-mail Currículo Lattes

Kleber Candiotto
Doutor em Filosofia pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). Professor colaborador do Programa de Pós-Graduação em Filosofia da PUCPR. Vinculado à linha de pesquisa de Epistemologia, tem como projeto de pesquisa individual ?Investigação acerca do internalismo e externalismo sobre a mente: o problema da intencionalidade e da representação mental?. Concentra sua pesquisa em autores como J. R. Searle, J. A. Fodor, D. C. Dennett, entre outros ligados a Filosofia da Mente e Ciências Cognitivas.

LINGUÍSTICA

Curso de Linguística Geral é uma das obras mais importantes da história relacionada aos estudos da linguagem. Embasada por Ferdinand de Saussure, um dos maiores estudiosos nessa área, este livro foi lançado em 1916, postumamente pelos alunos de Saussure. Esses aprendizes fizeram uma compilação das obras do mestre a fim de construir uma obra que internalizasse as ideias geniais desse que foi um dos maiores responsáveis pela estruturação da linguística como ciência. Os temas e conceitos abordados por esse livro dizem respeito ao trabalho realizado por Ferdinand em estudar a língua como elemento fundamental da comunicação humana. Ele, por sua vez, faz uma divisão no seu campo de estudo, popularmente conhecida como dicotomias. Esse desmembramento serviu para clarificar os conceitos que ele tinha com relação à função exercida pela linguagem. Nesta obra as dicotomias são: língua x fala; significante x significado; sincronia x diacronia; sintagma x paradigma.

Esta obra começa fazendo um panorama evolutivo da linguística, que teve três fases antes de encontrar o seu real objeto de estudo. Primeiro veio à gramática com a sua visão limitada e normativa da língua, impondo regras do que certo e errado na língua. Depois, surgiu a filologia que não tinha apenas a língua como objeto de estudo, mas também os textos literários, comentando-os e interpretando-os. Por último, a história da linguística chega à gramática comparada que, como o próprio nome já diz, faz uma comparação entre as línguas. Nessa fase temos o nome de Franz Bropp que em 1816 lançou uma obra intitulada de Sistema da Conjuração do Sânscrito, estudando as relações que uniam essa língua a várias outras como o grego, germânico, latim e etc. Bropp não foi o primeiro a assinalar, contudo, que essas novas línguas pertenciam a uma mesma família, mas foi ele que compreendeu que as relações entre línguas afins podiam torna-se matéria para uma ciência autônoma. Ainda na parte introdutória do livro, merece menção a parte em que o autor começa a fazer comentários sobre os erros cometidos pela gramática comparativa, que não enquadrou à história nos seus estudos sobre a língua. Essa atitude exclusivamente comparatista acarretou uma série de conceitos errôneos em torno da linguagem, dando início ao surgimento dos neogramáticos, que por sua vez, analisavam a língua “não como um organismo que se desenvolve por si, mas um produto do espírito coletivo dos grupos linguísticos (p.12)”.

No desenrolar da obra, encontramos no segundo capítulo as tarefas da linguística e as suas relações com determinadas ciências. Na leitura dessa parte, cumpre enfatizar, que em momento algum a linguística se dissocia da gramática normativa. A linguística, como ciência, apenas estreita as relações do seu estudo para um melhor desempenho das teorias sobre a linguagem. É claro que para isso a linguística não poderá trabalhar sozinha. Então, surgi à correlação entre ciências como a fisiologia que, não diferente da linguística, estuda os aspectos fônicos da língua. Diferentemente da filologia que tem seu papel definido como ciência e se distingue da linguística.

No terceiro capítulo do livro, aparecem os questionamentos sobre o objeto de estudo da linguística. No desenrolar do texto fica cada vez mais evidente o interesse de Saussure pelo estudo da língua, pois, para ele, a linguagem é social e individual, enfim, a fusão da língua e da fala.

Ferdinand escolhe o estudo sistemático da língua, por esta ser a matéria indissociável da linguagem. Para reforçar esse argumento o autor coloca: “Para atribuir à língua o primeiro lugar do estudo da linguagem pode-se, enfim, fazer valer o argumento de que a faculdade - natural ou não – de articular palavras não se exerce senão com ajuda de instrumento criado e fornecido pela coletividade (p.18)”. Ainda nesse capítulo, mais precisamente no segundo subtópico, inicia-se o estudo da língua no meio da linguagem. É nos exemplificado, fisiologicamente, como ocorre o fenômeno da interação da língua no ato da comunicação, tanto no aspecto físico quanto no psíquico. É interessante observar nesta parte da obra como os mecanismos que compõe a linguagem funcionam no dado momento da comunicação, fazendo com que a interação entre indivíduos efetivamente ocorra. Além disso, Saussure, continua traçando paralelos entre língua e fala, sempre dando ênfase na primeira.

Na última parte desse capítulo surgi o debate em torno do signo linguístico, denominado como Semiologia. Essa parte da obra é crucial, pois, nos próximos capítulos, Saussure começa a fazer as distinções sobre as suas famosas dicotomias. Por isso, o entendimento do signo linguístico como uma entidade do conjunto que forma a linguagem é fundamental. Ainda sobre a semiologia cabe ilustrar a diferença existente entre ela e a linguística. Enquanto a linguística limita-se em estudar apenas a linguagem humana, a semiologia vai além, estudando a dos animais e de toda e qualquer sistema de comunicação, seja natural ou convencional.

Finalizando essa parte, no quarto capítulo, o autor começa a separar a língua da fala, dividindo-as como duas partes particulares da linguística. Mesmo sabendo que ambas são indissociáveis na formação da linguagem, percebemos a ênfase, na leitura desse capítulo, em que Saussure, em várias situações, coloca a língua no patamar superior ao da fala. Ele chega a afirmar categoricamente que a língua seria a parte essencial no estudo da linguagem, e a fala, portanto, seria a parte secundária. Toda essa valorização da língua como objeto de estudo perdura também nos próximos capítulos do texto, sobretudo na parte seguinte em que começa a ser conceituada as famosas dicotomias de Saussure.

Ferdinand de Saussure ficou conhecido no mundo todo por elaborar teorias que propiciaram o desenvolvimento da linguística enquanto ciência. A partir daí acabou desencadeando no surgimento do Estruturalismo, corrente que veio de encontro com o gerativismo e o pragmatismo. Na base dessa reestruturação linguística Saussure criou dicotomias que explicassem, de forma clara, as suas ideias em torno da língua. Na obra em questão, ele começa analisando a natureza do signo linguístico. Cada um deles é visto separadamente por Saussure que sistematiza seus conceitos a fim de clarificar ainda mais o seu raciocínio. Uma das primeiras dicotomias refere-se ao conceito de significante e significado. O primeiro consiste em uma imagem acústica, enquanto o outro reside no plano do conteúdo. Depois dessa sucinta definição o livro da continuidade aos exemplos que envolvem o signo linguístico, no intuito de elucidar ainda mais os conceitos que envolvem essa dicotomia. A segunda dicotomia diz respeito ao estudo da língua na história.

Durante muito tempo a linguística não analisava o seu objeto de estudo, a língua, numa perspectiva histórica. Então surgi à segunda dicotomia conhecida como sincronia e diacronia. A primeira estuda a língua num determinado ponto da história, enquanto a outra estuda a língua no curso evolutivo da história. Nessa parte do livro é indispensável à leitura do capitulo referente à imutabilidade e mutabilidade da língua, pois, os questionamentos levantados são de extrema importância para o entendimento das dicotomias de Saussure.

Essa obra, portanto, é uma boa pedida para aqueles que querem se aprofundar na área da linguística, como também para qualquer outro profissional de áreas diferentes que estejam interessados em desmistificar o surgimento e a evolução da língua. Habilidosamente, a obra clarifica os conceitos elaborados por Saussure que, sistematicamente mudaram a forma de ver e estudar a linguística. Mesmo com a oposição de alguns linguistas contemporâneos, o Curso de Linguistica Geral é uma excelente material para a compreensão da linguística como ciência, sobretudo para aqueles que estão dando os primeiros passos nessa área.

SOBRE LINGUISTICA

Linguística é a ciência que estuda a linguagem verbal humana. Como toda a ciência, ela baseia-se em observações conduzidas através de métodos, com fundamentação em uma teoria.

Portanto, a função de um linguista é estudar toda e qualquer manifestação linguística como um fato merecedor de descrição e explicação dentro de um quadro científico adequado.

Para um linguista é muito mais interessante uma passagem do tipo:

Cumé qui é?

a outra:

Como é que é?

pois as variações linguísticas e seus motivos socio-culturais são, cientificamente, muito mais relevantes do que a norma padrão da língua, isto é, o jeito “correto” de falar.

O linguista quer descobrir como a língua funciona, estudando várias dessas línguas, de forma empírica (através de dados baseados na experiência), dando preferência às variações populares faladas em diversas comunidades.

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Os critérios de coleta, organização, seleção e análise dos dados linguísticos obedecem a uma teoria linguística expressamente formulada para esse fim.
Divisões da Linguística

1. Considerando o foco da análise:

* Linguística Descritiva (ou sincrônica): Fala de uma língua, descrevendo-a simultaneamente no tempo, analisa as relações existentes entre os fatos linguísticos em um estado da língua, além de fornecer dados que confirmam ou não as hipóteses. Modernamente, ela cede lugar à Linguística Teórica, que constrói modelos teóricos, mais do que descreve;
* Linguística História (ou diacrônica): Analisa as mudanças que a língua sofre através dos tempos, preocupando-se, principalmente, com as transformações ocorridas;
* Linguística Teórica: Procura estudar questões sobre como as pessoas, usando suas linguagens, conseguem comunicar-se; quais propriedades todas as linguagens têm em comum; qual conhecimento uma pessoa deve possuir para ser capaz de usar uma linguagem e como a habilidade linguística é adquirida pelas crianças;
* Linguística Aplicada: Utiliza conhecimentos da linguística para solucionar problemas, geralmente referentes ao ensino de línguas, à tradução ou aos distúrbios de linguagem.
* Linguística Geral: Engloba todas as áreas, sem um detalhamento profundo. Fornece modelos e conceitos que fundamentarão a análise das línguas.

2. Considerando o que constitui a língua:

* Fonologia: Estuda os menores segmentos que formam a língua, isto é, os fonemas;
* Morfologia: Estuda as classes de palavras, suas flexões, estrutura e formação;
* Sintaxe: Estuda as funções das palavras nas frases;
* Semântica: Estuda os sentidos das frases e das palavras que a integram;

3. Considerando suas conexões com outros domínios:

* Psicolinguística: Estuda a relação entre a linguagem e a mente;
* Sociolinguística: Estuda a relação entre a linguagem e a sociedade;
* Etnolinguística: Estuda a relação entre a linguagem e a cultura (cultura não no sentido de erudição ou conhecimento livreiro, mas sim como as tradições de um povo, esta cultura que todos possuem.)

sábado, 19 de março de 2011

CRONICA DE UMA MORTE ANUNCIADA

CRÔNICA DE UMA MORTE ANUNCIADA
"No dia em que iam matá-lo, Santiago Nasar levantou-se às 5:30 da manhã para esperar o barco em que chegava o bispo. Tinha sonhado que atravessava uma mata de figueiras-bravas, onde caía uma chuva miúda e branda, e por instantes foi feliz no sono, mas ao acordar sentiu-se todo borrado de caca de pássaros. ''Sonhava sempre com árvores'', disse-me a mãe, Plácida Linero, recordando 27 anos depois os pormenores daquela segunda-feira ingrata. ''Na semana anterior tinha sonhado que ia sozinho num avião de papel de estanho que voava sem tropeçar por entre as amendoeiras'', disse-me. Tinha uma reputação bastante bem ganha de intérprete certeira dos sonhos alheios, desde que lhos contassem em jejum, mas não descobrira qualquer augúrio aziago nesses dois sonhos do filho, nem nos restantes sonhos com árvores que ele lhe contara nas manhãs que precederam sua morte". Esse primeiro parágrafo do livro "Crônica de uma Morte Anunciada", de Gabriel García Marques, traduz com perfeição a receita que o próprio autor prescreve ao considerar que um conto, história ou romance, deve trazer, logo nas primeiras linhas, todo um universo que além de atar o leitor no enredo ainda possibilite desvendar de imediato perfis psicológicos, embrólios inusitados e, principalmente, a forma literária utilizada pelo escritor. "Gabo", como é conhecido em seu meio, é useiro e vezeiro desta artimanha. Crônica de uma Morte Anunciada traduz com perfeição todo o estilo proposto acima. Trata-se de um conto onde o pobre apreciador cai em uma artimanha que o impossibilita largar as letras antes de chegar ao seu término. O livro já inicia apresentando o morto, seguindo por um labirinto de atalhos e novidades que faz da leitura um prazer a parte. Conta o autor que todos sabiam do crime que seria realizado, menos o futuro morto, que por uma dessas coisas só permitida no Realismo Fantástico, teria o conhecimento de seu triste final, momentos antes de ser protagonista do mesmo.
Os acontecimentos são descortinados justamente no dia da visita do bispo, que seria seguida por toda a comunidade, com direito a presentes e carinhos, inclusive o próprio Santiago Nasar, futuro moribundo, havia colaborado com os mimos, cedendo "vários carregos de lenha às solicitações públicas do padre Carmen Amador, além de que escolhera pessoalmente os galos de cristas mais apetitosas". Todo esse cuidado era devido ao fato do bispo apreciar sopa de crista de galo. Este costume do pastor de almas era considerado heresia por Victoria Gusmán - serviçal da residência Nasar, tendo sido amante do pai da Santiago, Ibrahim Nasar, que após perder o gosto pela nativa, a colocou para dentro de casa - pelo simples fato de ser utilizado apenas a crista do galináceo. O motivo do assassinato, bem como a identidade dos assassinos do jovem Santiago, que havia completado 21 anos em janeiro, com a história se passando em fevereiro, são revelados em contas gotas, sempre em crescendo. O rapaz, que havia perdido o pai (do qual herdara o gosto pelas armas) apenas três anos antes dos fatídicos acontecimentos e que administrava a fazenda deixada em espólio, contribui sobre maneira para que o palco trágico fosse armado. O enredo deixa claro que todos os passos do homem que estava com o "couro negociado", foram seguindo uma coreografia que apesar dos esforços dos verdugos em não cumprirem sua promessa, fazem com que eles se vejam frente a frente com a oportunidade real de cometerem o ato transloucado. &np; Na véspera da visita do prelado, a cidade beira-rio estava vivendo um fausto casamento, o maior até então visto. Apenas em bebidas "se consumiram duzentas e cinco caixas de contrabando e quase duas mil garrafas de rum de cana". Os noivos eram o já citado Bayardo San Román, um aventureiro que havia aparecido no lugar ninguém sabendo de onde, apenas era do conhecimento geral sua riqueza e modos cativantes. Tanto assim que quando sua futura esposa lhe revelou qual a casa mais bonita da região, não se fez de rogado, pagando um preço muito maior que o justo por tal residência. Bayardo, no seu intento de adquirir o lar sonhado pela noiva, que seria devolvida aos pais na mesma noite do casamento, chegou a constranger o "viúvo Xius", dono original, que ali havia vivido trinta anos de felicidade, ao lado da companheira que tinha tomado exagerados cuidados para poder decorá-lo, não querendo se desfazer de jeito nenhum de suas lembranças de alcova. Não resistindo as propostas e insistência do comprador, o viúvo não teve outra alternativa a não ser aceitar a negociação, morrendo dois meses depois. A noiva era Angela Vicario, filha mais nova de um "ourives de pobres", tendo duas irmãs e dois irmãos gêmeos, Pedro e Pablo Vicario, matadores de criações e que tinham nas vísceras de animais suas telas de fundo no ofício. Mal saberiam eles o como era diferente matar um homem, mesmo com o costume de expor vísceras ao sol. Todos na casa guardavam luto da terceira filha do ourives, apesar de dois anos já terem se passado de seu falecimento. Os noivos haviam se conhecido seis meses antes, por completo acaso. Desde a primeira vez, Bayardo sabia que aquela seria sua futura esposa, solicitando a proprietária do hotel em que morava, para lembrá-lo de que se casaria com a rapariga, mesmo com os acontecimentos posteriores mostrando que o matrimônio se realizaria, mas a felicidade estava além de ambos. O filho de general conheceu realmente Angela nas festas cívicas, quando a rapariga seria a porta-voz de uma rifa. Na oportunidade, Bayardo comprou todos os números do sorteio, que tinha como prêmio um gramofone, com detalhes em madre-pérola, enviando-o a seguir à cobiçada moça. Quando o gramofone foi lhe remetido novamente, pelo alto valor do carinho e pelo fato de ainda não conhecer a família de Angela, os gêmeos, encarregados pela devolução, não o conseguiram fazer, embevecidos pelo álcool e modos envolventes do forasteiro. A corte é realizada, e a pedido de uma das irmãs de Angela, Bayardo é obrigado a desvendar toda sua pregressa vida. O carrossel continua seguindo seu ritmo, como este brinquedo de diversão infantil, os fatos vão se repetindo, mas a cada volta um elemento novo é proposto. Entram em cena infindáveis personagens, cada qual com uma possibilidade de evitar o assassinato. O próprio Santiago, caso tivesse alterado um dos seus hábitos e mantido outros, poderia ter esquivado o destino. Bastaria sair pela porta costumeira, a dos fundos, para evitar seus algozes. Bastaria ter vestido seu costume normal, que a morte não lhe alcançaria. Mas os desígnios são mostrados como inevitáveis e mesmo com todos sabendo o que esperava o desafortunado, que ao menos sabia os motivos de sua sorte cadavérica nada poderia ser feito, para que a "dama ceifadora" fizesse sua incursão no enredo com a perfeição que lhe era esperado. Apenas em uma banca (bar), 22 pessoas declararam que ouviram os gêmeos afirmarem que matariam Santiago. No mercado, onde por duas vezes os irmãos Vicario foram afiar suas facas, também revelaram sua intenção. Vários "carniceiros" apenas pensaram que seria coisa de bêbados. Um deles chegou a avisar um policial, que não tomou, aparentemente, qualquer atitude. Como em um rastilho, todos sabiam o que iria acontecer. Todos olharam Santiago retornar

Mais sobre: Crônica de uma morte anunciada

terça-feira, 8 de março de 2011

CRIANDO TEXTOS SEGUNDO ABNT

Quando se trata de elaborar um trabalho com fins acadêmicos em muitos a uma grande preocupação com as Normas ABNT. Às vezes essa preocupação é até maior que a com o conteúdo do trabalho. Para a elaboração de um trabalho científico correto, o autor deverá considerar que este não será lido apenas por seus professores, banca examinadora ou por profissionais de sua área. Dessa forma, é essencial o uso das normas técnicas para uma boa apresentação e compreensão da leitura. Em alguns casos, a ABNT apresenta em suas normas, algumas regras que são opcionais ou que permitem ao autor definir seus próprios critérios. Mas o que muitas vezes pensamos que são "Normas da ABNT", são, na verdade, "Padrões" que a instituição de ensino adota. As Normas da ABNT, no que diz respeito a apresentação de textos científicos, não são tão específicas a ponto de regulamentarem "tudo" o que você vai apresentar. Assim, abaixo das Normas da ABNT, existem os Padrões que cada Instituição de Ensino adota. Normalmente as Instituições adotam Padrões parecidos. Todavia os padrões adotados variam muito pouco de uma Instituição para outra. Às vezes variam até mesmo nos vários departamentos de uma mesma Instituição de Ensino. O foco deste trabalho não está nas Normas ABNT propriamente, mas sim na aplicação destas normas no software Microsoft Word, já que esta é o processador de texto mais utilizado do mercado.Muitas vezes mesmo tendo conhecimento teórico das normas, encontram-se várias dúvidas quanto à aplicação destas. Outro fato relevante é o que a maioria das pessoas não faz o uso de recursos especiais do Word que aumentam em muito a produtividade na elaboração de trabalhos. Com o intuito de difundir a utilização das ferramentas do Word e a aplicação das normas técnicas ou adequação dos trabalhos segundo um padrão de sua própria instituição é que este trabalho foi elaborado.

Conversando sobre as regras normativas (ABNT)



Posted on setembro 28, 2010 by annachrys

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Todos os trabalhos acadêmicos, sejam de graduação ou pós-graduação, devem ser formatados segundo as regras da ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas, fundada em 1940, que é o órgão responsável pela normalização técnica no país, fornecendo a base necessária ao desenvolvimento tecnológico brasileiro.

Para cada parte dos elementos que compõe o texto técnico-científico (pré-textuais, textuais e pós-textuais), há uma norma que regulamenta sua formatação, ou seja: desde a capa até os anexos. Há diversos tipos de textos: Projetos, Relatórios, Resenha, Dissertações e Teses. Que discutiremos mais adiante. Mas em todos eles usam-se as regras abaixo.

Hoje vamos conhecer quais são essas normas editadas pela ABNT e o que cada uma rege. Cabe ressaltar que é possível comprar as normas diretamente na Associação, mas também encontramos todas elas na Internet. É importante saber que algumas dessas normas estão em estudo nas comissões técnicas, pois consta no site da ABNT (http://www.abnt.org.br) que “Segundo princípios internacionais, as normas devem ser analisadas periodicamente para que seu conteúdo mantenha-se atualizado. Este processo, chamado de Análise Sistemática, é realizado anualmente e inicia-se pela pesquisa à sociedade.”

As definições das aplicações das NBR listadas constam dos objetivos presentes em cada uma delas.

NBR 10719 (AGO 1989) – Esta Norma fixa as condições exigíveis para a elaboração e a apresentação de relatórios técnico-científicos. Trata exclusivamente de aspectos técnicos de apresentação, não incluindo questões de direitos autorais. Conquanto não sejam objeto desta Norma outros tipos de relatórios (administrativos, de atividades, etc.), é opcional sua aplicação, quando oportuna. Neste caso, os documentos devem sujeitar-se, tanto quanto possível, ao disposto nesta Norma. Outros documentos, como livros, folhetos, teses etc., devem sujeitar-se a normas específicas.

NBR 6032 (AGO 1989) – Esta Norma fixa as condições exigíveis para uniformizar as abreviaturas de títulos de periódicos e publicações seriadas, com o fim de simplificar as referências constantes de bibliografias, citações e legendas bibliográficas.

NBR 6023 (AGO 2002) – Esta Norma estabelece os elementos a serem incluídos em referências. Fixa a ordem dos elementos das referências e estabelecem convenções para transcrição e apresentação da informação originada do documento e/ou outras fontes de informação. Destina-se a orientar a preparação e compilação de referências de material utilizado para a produção de documentos e para inclusão em bibliografias, resumos, resenhas, recensões e outros.

NBR 10520 (AGO 2002) – Esta Norma especifica as características exigíveis para apresentação de citações em documentos.

NBR 6021(MAIO 2003) – Esta Norma especifica os requisitos para apresentação dos elementos que constituem a estrutura de organização física de uma publicação periódica científica impressa. Destina-se a orientar o processo de produção editorial e gráfica da publicação, no sentido de facilitar a sua utilização pelo usuário e pelos diversos segmentos relacionados com o tratamento e a difusão da informação. Esta Norma não se aplica à apresentação de livros e folhetos.

NBR 6024 (MAIO 2003) – Esta Norma estabelece um sistema de numeração progressiva das seções de documentos escritos, de modo a expor numa seqüência lógica o inter-relacionamento da matéria e a permitir sua localização. Esta Norma se aplica à redação de todos os tipos de documentos escritos, independentemente do seu suporte, com exceção daqueles que possuem sistematização própria (dicionários, vocabulários etc.) ou que não necessitam de sistematização (obras literárias em geral).

NBR 6027 (MAIO 2003) – Esta Norma estabelece os requisitos para apresentação de sumário de documentos que exijam visão de conjunto e facilidade de localização das seções e outras partes. Esta Norma se aplica, no que couber, a documentos eletrônicos.

NBR 6028 (NOV 2003) – Esta Norma estabelece os requisitos para redação e apresentação de resumos.

NBR 12225 (JUN 2004) – Esta Norma estabelece os requisitos para a apresentação de lombadas e aplica-se exclusivamente a documentos em caracteres latinos, gregos ou cirílicos. Tem por finalidade oferecer regras para a apresentação de lombadas para editores, encadernadores, livreiros, bibliotecas e seus clientes. Aplica-se, no que couber, a lombadas de outros suportes (gravação de vídeo, gravação de som etc.).

NBR 6034 (DEZ 2004) – Esta Norma estabelece os requisitos de apresentação e os critérios básicos para a elaboração de índices. Aplica-se, no que couber, aos índices automatizados.

NBR 14724 (DEZ 2005) – Esta Norma especifica os princípios gerais para a elaboração de trabalhos acadêmicos (teses, dissertações e outros), visando sua apresentação à instituição (banca, comissão examinadora de professores, especialistas designados e/ou outros). Aplica-se, no que couber aos trabalhos intra e extraclasse da graduação.
http://portal.senacrs.com.br/site/pdf/9758.pdf

Manual para Elaboração Trabalhos Acadêmicos Conforme a NBR 14724:2005

Manual para Elaboração Trabalhos Acadêmicos
Conforme a NBR 14724:2005
Produzido pelos bibliotecários da Rede
de Bibliotecas do Senac/RS com a
finalidade de orientar os usuários na
elaboração de seus trabalhos
acadêmicos.
Porto Alegre
2007
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO................................................................................................................. 3
1 ESTRUTURA............................................................................................................. 5
1.1 ELEMENTOS PRÉ-TEXTUAIS.................................................................................. 5
1.1.1 Capa.......................................................................................................................... 5
1.1.2 Lombada................................................................................................................... 7
1.1.3 Folha de Rosto......................................................................................................... 8
1.1.4 Errata ...................................................................................................................... 10
1.1.5 Folha de Aprovação............................................................................................... 11
1.1.6 Dedicatória(s) ......................................................................................................... 12
1.1.7 Agradecimento(s) .................................................................................................. 13
1.1.8 Epígrafe .................................................................................................................. 14
1.1.9 Resumo na Língua Vernácula ............................................................................... 15
1.1.10 Resumo em Língua Estrangeira............................................................................ 16
1.1.11 Lista de Ilustrações................................................................................................ 18
1.1.12 Lista de Tabelas ..................................................................................................... 19
1.1.13 Lista de Abreviaturas e Siglas .............................................................................. 21
1.1.14 Lista de Símbolos .................................................................................................. 22
1.1.15 Sumário .................................................................................................................. 23
1.2 ELEMENTOS TEXTUAIS......................................................................................... 26
1.2.1 Introdução .............................................................................................................. 26
1.2.2 Desenvolvimento ................................................................................................... 27
1.2.3 Conclusão .............................................................................................................. 28
1.3 ELEMENTOS PÓS-TEXTUAIS................................................................................ 29
1.3.1 Referências ............................................................................................................ 29
1.3.2 Glossário ................................................................................................................ 31
1.3.3 Apêndice(s) ............................................................................................................ 32
1.3.4 Anexo(s) ................................................................................................................. 33
1.3.5 Índice(s) .................................................................................................................. 35
2 REGRAS GERAIS DE APRESENTAÇÃO .............................................................. 37
2.1 FORMATO............................................................................................................... 37
2.2 MARGENS............................................................................................................... 37
2.3 ESPACEJAMENTO ................................................................................................. 39
2
2.3.1 Notas de Rodapé.................................................................................................... 39
2.3.2 Indicativos de Seção.............................................................................................. 39
2.3.3 Títulos sem Indicativo Numérico .......................................................................... 40
2.3.4 Elementos sem Títulos e sem Indicativo Numérico ............................................ 40
2.4 PAGINAÇÃO............................................................................................................ 40
2.5 NUMERAÇÃO PROGRESSIVA............................................................................... 41
2.6 CITAÇÕES .............................................................................................................. 43
2.6.1 Citação Direta......................................................................................................... 44
2.6.2 Citação Indireta...................................................................................................... 46
2.6.3 Citação de Citação................................................................................................. 46
2.7 SIGLAS.................................................................................................................... 47
2.8 EQUAÇÕES E FÓRMULAS..................................................................................... 47
2.9 ILUSTRAÇÕES........................................................................................................ 48
2.10 TABELAS................................................................................................................. 49
APÊNDICE A - Formato Geral de Apresentação................................................................. 51
3
APRESENTAÇÃO
Este instrumento especifica, de acordo com a NBR 14724 (dez. 2005), os princípios
gerais para a elaboração de trabalhos acadêmicos. Constitui um estudo ao conteúdo da
norma, apresentando por vezes o texto original.
Existem, segundo a NBR 14724, três tipos de trabalhos acadêmicos:
a) trabalhos acadêmicos e similares (monografia, trabalho de conclusão de curso
(TCC), trabalho de graduação interdisciplinar (TGI), trabalho de conclusão de
curso de especialização e outros): são documentos que representam o resultado
de um estudo devendo expressar conhecimento do assunto escolhido, que deve
ser obrigatoriamente emanado da disciplina, módulo, estudo independente,
curso, programa e outros ministrados. Deve ser feito sob a coordenação de um
orientador;
b) dissertação: é um documento que representa o resultado de um trabalho
experimental ou exposição de um estudo científico retrospectivo, de tema único e
bem delimitado em sua extensão, com o objetivo de reunir, analisar e interpretar
informações. Deve evidenciar o conhecimento de literatura existente sobre o
assunto e capacidade de sistematização do candidato. É feito sob a coordenação
de um orientador (doutor), visando a obtenção do título de mestre;
c) tese: é um documento que representa o resultado de um trabalho experimental ou
exposição de um estudo científico de tema único e bem delimitado. Deve ser
elaborado com base em investigação original, construindo-se em real
contribuição para a especialidade em questão. É feito sob a coordenação de um
orientador (doutor) e visa à obtenção do título de doutor, ou similar.
Para fins de entendimento, neste manual aplicaremos a nomenclatura trabalho
acadêmico a todos os tipos de trabalhos acima descritos, incluindo teses e dissertações.
A NBR 14724 contém disposições de outras normas de documentação que também
devem ser seguidas ao se elaborar um trabalho acadêmico:
ABNT. NBR 6023: Informação e documentação: referências: elaboração. Rio de Janeiro,
2002.
ABNT. NBR 6024: Numeração progressiva das seções de um documento: procedimento.
Rio de Janeiro, 1989.
4
ABNT. NBR 6027: Sumário: procedimento. Rio de Janeiro, 1989.
ABNT. NBR 6028: Resumos: procedimento. Rio de Janeiro, 1990.
ABNT. NBR 6034: Preparação de índice de publicações: procedimento. Rio de Janeiro,
1989.
ABNT. NBR 10520: Informação e documentação: apresentação de citações em
documentos. Rio de Janeiro, 2002.
ABNT. NBR 12225: Títulos de lombada: procedimento. Rio de Janeiro, 1992.
CÓDIGO de Catalogação Anglo-Americano. 2. ed. São Paulo: FEBAB, 1983-1985.
IBGE. Normas de Apresentação Tabular. 3. ed. Rio de Janeiro, 1993.
Lembramos que as bibliotecas do Senac/RS disponibilizam para consulta as normas
de documentação da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e oferecem à
comunidade acadêmica o serviço de orientação para normalização de trabalhos
acadêmicos.
5
1 ESTRUTURA
A estrutura dos trabalhos acadêmicos divide-se em elementos pré-textuais, textuais
e pós-textuais:
1.1 ELEMENTOS PRÉ-TEXTUAIS
São considerados elementos pré-textuais:
a) capa (obrigatório);
b) lombada (opcional);
c) folha de rosto (obrigatório);
d) errata (opcional);
e) folha de aprovação (obrigatório);
f) dedicatória(s) (opcional);
g) agradecimento(s) (opcional);
h) epígrafe (opcional);
i) resumo na língua vernácula (obrigatório);
j) resumo em língua estrangeira (obrigatório);
k) lista de ilustrações (opcional);
l) lista de tabelas (opcional);
m) lista de abreviaturas e siglas (opcional);
n) lista de símbolos (opcional);
o) sumário (obrigatório).
1.1.1 Capa
Elemento obrigatório para proteção externa do trabalho e sobre o qual se
imprimem as informações indispensáveis à sua identificação. Deve conter: nome da
instituição (opcional); nome do autor; título; subtítulo, se houver; número de volumes (se
houver mais de um, deve constar na capa a especificação do respectivo volume); local
(cidade); e ano da entrega do trabalho.
6
Exemplo:
7
1.1.2 Lombada
Elemento opcional, onde as informações são impressas conforme a ABNT NBR
12225. A lombada é a parte da capa do trabalho que reúne as margens internas das folhas,
sejam elas costuradas, grampeadas, coladas ou mantidas juntas de outra maneira. Deve
conter: nome do autor, impresso longitudinalmente e legível do alto para o pé da lombada,
de maneira que seja possível sua leitura quando o documento estiver no sentido horizontal e
com a face voltada para cima; título do trabalho, impresso nos mesmos moldes do nome do
autor; elementos alfanuméricos de identificação (quando for o caso), por exemplo: v. 1.
Exemplo:
8
1.1.3 Folha de Rosto
Elemento obrigatório que contém os elementos essenciais à identificação do
trabalho. Deve conter:
a) no anverso da folha:
Nome do autor; título; subtítulo (se houver); número do volume (quando
necessário); natureza (tipo de trabalho acadêmico) e objetivo (aprovação em
disciplina, grau pretendido, etc.), nome da instituição a que é submetido e área de
concentração; nome do orientador e, se houver, do co-orientador; local (cidade) da
instituição, ano de depósito (da entrega).
b) no verso da folha:
Deve conter a ficha catalográfica do trabalho, elaborada por um bibliotecário de
acordo com as regras do Código de Catalogação Anglo-Americano vigente.
Formato de apresentação:
• A natureza do trabalho, o objetivo, o nome da instituição a que é submetido e a área de
concentração do trabalho devem ser digitados em espaço simples, justificados e alinhados
do meio da mancha para a margem direita. Os demais elementos devem ser digitados em
espaço 1,5 e centralizados na folha.
• Esta folha, embora considerada a primeira folha do trabalho, não recebe numeração,
bem como os demais elementos pré-textuais.
9
Exemplo:
10
1.1.4 Errata
Elemento opcional, a errata é acrescida ao trabalho depois de impresso a fim de
indicar a correção de erros nele identificados. Apresenta-se quase sempre em papel avulso
ou encartado, logo após a página de rosto. As informações são distribuídas na forma de
lista, indicando as folhas e linhas em que ocorrem os erros, seguidas das devidas correções.
A referência do trabalho deve ser indicada na parte superior da folha da Errata. Por
exemplo:
Exemplo:
11
1.1.5 Folha de Aprovação
Elemento obrigatório, a folha de aprovação contém os elementos essenciais à
aprovação do trabalho. Colocada logo após a folha de rosto (ou da errata, quando for o
caso), deve apresentar o nome do autor do trabalho; o título do trabalho e subtítulo (se
houver); a natureza, objetivo, nome da instituição a que é submetido e área de
concentração; a data de aprovação; o nome, titulação e assinatura dos componentes da
banca examinadora e instituições a que pertencem. As informações sobre data de
aprovação, bem como a assinatura dos membros componentes da banca examinadora,
devem ser colocadas após a aprovação do trabalho.
Exemplo:
12
1.1.6 Dedicatória(s)
Elemento opcional colocado após a folha de aprovação, onde o autor presta
homenagens ou dedica seu trabalho. O título Dedicatória não deve aparecer na folha.
Sugere-se que o formato de apresentação da Dedicatória seja o mesmo da epígrafe:
Exemplo:
13
1.1.7 Agradecimento(s)
Elemento opcional colocado após a dedicatória, em que o autor agradece àqueles
que contribuíram de maneira relevante na elaboração do trabalho.
Exemplo:
14
1.1.8 Epígrafe
Elemento opcional colocado após os agradecimentos, onde o autor apresenta uma
citação (deve ser indicada a autoria) relacionada com a matéria tratada no corpo do
trabalho. O autor pode também optar pela inserção de epígrafes nas folhas de abertura das
seções primárias.
Exemplo:
15
1.1.9 Resumo na Língua Vernácula
Elemento obrigatório, o resumo em língua vernácula deve apresentar os pontos
relevantes do texto, fornecendo uma visão rápida e clara do conteúdo e das conclusões do
trabalho. O resumo deve ser elaborado de acordo com a NBR 6028, na forma de frases
concisas e objetivas (e não enumeração de tópicos), utilizando a terceira pessoa do
singular, os verbos na voz ativa e evitando-se o uso de expressões negativas. O resumo de
um trabalho acadêmico deve conter de 150 a 500 palavras.
Logo abaixo do resumo devem figurar as palavras-chave ou descritores, ou seja,
as palavras representativas do conteúdo do trabalho.
Formato de apresentação:
• O título (RESUMO) deve figurar no alto da página, centralizado e com o mesmo recurso
tipográfico utilizado nas seções primárias;
• O texto do resumo é estruturado na forma de um parágrafo único, digitado em espaço
entre linhas de 1,5;
• O título Palavras-chave: deve figurar logo abaixo do resumo, alinhado à esquerda. As
palavras-chave devem ser separadas entre si e finalizadas por um ponto ( . ).
16
Exemplo:
1.1.10 Resumo em Língua Estrangeira
Elemento obrigatório, com as mesmas características do resumo em língua
vernácula, apresenta a sua versão para idioma de divulgação internacional. Deve ser
digitado em folha separada. Logo abaixo do resumo em língua estrangeira devem figurar as
palavras-chave ou descritores no idioma escolhido.
17
Formato de apresentação:
• O título do resumo em língua estrangeira deve figurar no alto da página, centralizado e
com o mesmo recurso tipográfico utilizado nas seções primárias;
• O título é atribuído conforme o idioma escolhido: Abstract, em inglês; Resumen, em
espanhol, por exemplo;
• O texto do resumo é estruturado na forma de um parágrafo único, digitado em espaço
entre linhas de 1,5;
• As palavras-chave devem figurar no mesmo idioma escolhido para o resumo em língua
estrangeira. O título também deverá ser atribuído segundo este critério: Keywords, em
inglês; Palabras-clave, em espanhol, etc.
• O título das palavras-chave em idioma estrangeiro deve figurar logo abaixo do resumo,
alinhado à esquerda. As palavras-chave devem ser separadas entre si e finalizadas por
um ponto ( . ).
Exemplo:
18
1.1.11 Lista de Ilustrações
Elemento opcional que indica a paginação de cada figura apresentada no trabalho,
na ordem em que estas aparecem no texto. Cada item deve ser designado por seu nome
específico, acompanhado do respectivo número da folha onde se encontra. Quando
necessário, recomenda-se a elaboração de listas próprias para cada tipo de ilustração
(quadros, lâminas, plantas, fotografias, gráficos, organogramas, fluxogramas, esquemas,
desenhos e outros).
Formato de apresentação:
• O título (LISTA DE ILUSTRAÇÕES) deve figurar no alto da página, centralizado e com o
mesmo recurso tipográfico utilizado nas seções primárias;
• A relação das ilustrações deve incluir: palavra designativa (figura, quadro, gráfico, etc.)
seguida do algarismo arábico de ocorrência no texto, seu título e paginação.
19
Exemplo:
1.1.12 Lista de Tabelas
Elemento opcional que indica a paginação de cada tabela apresentada no trabalho,
na ordem em que estas aparecem no texto. Cada item deve ser designado por seu nome
específico, acompanhado do respectivo número da folha onde se encontra.
20
Formato de apresentação:
• O título (LISTA DE TABELAS) deve figurar no alto da página, centralizado e com o
mesmo recurso tipográfico utilizado nas seções primárias;
• A relação das tabelas deve incluir: palavra designativa (Tabela) seguida do algarismo
arábico de ocorrência no texto, seu título e paginação onde está inserida.
Exemplo:
21
1.1.13 Lista de Abreviaturas e Siglas
Elemento opcional, este item consiste na relação alfabética das abreviaturas e
siglas utilizados no texto, seguidos das palavras ou expressões correspondentes grafadas
por extenso. Recomenda-se a elaboração de lista própria para cada tipo (uma para
abreviaturas e outra para siglas).
Formato de apresentação:
• O título (LISTA DE ABREVIATURAS ou LISTA DE SIGLAS) deve figurar no alto da
página, centralizado e com o mesmo recurso tipográfico utilizado nas seções primárias;
• A relação das abreviaturas ou siglas deve ser apresentada em ordem alfabética, e o
texto deve ser alinhado à esquerda.
Exemplo:
22
1.1.14 Lista de Símbolos
Elemento opcional, apresenta os símbolos descritos no texto, organizados de
acordo com a ordem em que aparecem no trabalho, seguido de seu significado.
Formato de apresentação:
• O título (LISTA DE SÍMBOLOS) deve figurar no alto da página, centralizado e com o
mesmo recurso tipográfico utilizado nas seções primárias;
• A relação dos símbolos deve ser alinhado à esquerda.
Exemplo:
23
1.1.15 Sumário
Elemento obrigatório, o sumário é a enumeração das principais divisões, seções e
outras partes do trabalho, seguido da(s) respectiva(s) folha(s) onde consta(m) a matéria
indicada. O sumário deve ser elaborado conforme a ABNT NBR 6027.
A subordinação dos itens que figuram no sumário deve ser destacada por
diferenças tipográficas (como negrito, letras maiúsculas e outros), de acordo com a
numeração progressiva da ABNT NBR 6024. Quando o trabalho estiver organizado em mais
de um volume, o sumário completo deve ser incluído em todos os volumes, permitindo que
se tenha conhecimento de todo o conteúdo do documento em qualquer volume consultado.
Os elementos pré-textuais não devem constar no sumário.
É importante não confundir sumário com índice. O sumário apresenta os itens na
forma em que estes são apresentados no trabalho, diferentemente do índice, que é uma
lista de palavras ou frases ordenadas segundo determinado critério (autor, assunto, etc.),
que localiza e remete para as informações contidas no texto.
Formato de apresentação:
• O título (SUMÁRIO) deve figurar no alto da página, centralizado e com o mesmo recurso
tipográfico utilizado nas seções primárias;
• A relação dos títulos das seções deve apresentar a mesma ordem e grafia em que
figuram no trabalho;
• Os elementos pré-textuais não devem figurar no sumário;
• Os indicativos das seções que compõem o sumário, se houver, devem ser alinhados à
esquerda, conforme a ABNT NBR 6024. Recomenda-se que os títulos e subtítulos que
sucedem os indicativos das seções sejam alinhados pela margem do título do indicativo
mais extenso (das seções terciárias ou quartenárias, por exemplo);
• A paginação deve ser apresentada sob uma das seguintes formas: somente número da
primeira página (exemplo: 14), números da primeira e última página separados por hífen
(exemplo: 14-16), número das páginas em que se distribui o texto (exemplo: 14, 16, 18
ou 20-24, 31-35). A primeira forma apresentada (somente o número da primeira página)
é a mais utilizada em trabalhos acadêmicos.
24
Exemplo:
25
Exemplo (continuação de Sumário):
26
1.2 ELEMENTOS TEXTUAIS
Os elementos textuais constituem a parte do trabalho onde é exposta a matéria.
Divide-se em três partes fundamentais:
a) introdução;
b) desenvolvimento;
c) conclusão.
1.2.1 Introdução
Elemento obrigatório, consiste na parte inicial do texto, onde devem constar a
delimitação do assunto tratado, os motivos que levaram à realização do trabalho, as
hipóteses, objetivos e limitações da pesquisa, entre outros elementos necessários para
situar o tema. Por ser o primeiro elemento textual, sugere-se que a partir da introdução o
trabalho seja numerado de acordo com a ABNT NBR 6024: Numeração progressiva das
seções de um documento escrito (ver seção 1.2.2).
Formato de apresentação:
• O título (INTRODUÇÃO) deve figurar no alto da página, alinhado à esquerda e com o
mesmo recurso tipográfico utilizado nas seções primárias;
• É a partir da Introdução que deve aparecer a paginação do trabalho, sendo que a
contagem começa na folha de rosto;
• A numeração das páginas é colocada em algarismos arábicos, no canto superior direito
da folha, a 2 cm da borda superior (veja o destaque no exemplo a seguir).
27
Exemplo:
1.2.2 Desenvolvimento
Parte principal do texto, que contém a exposição ordenada e pormenorizada do
assunto, onde o autor desenvolve o conteúdo da pesquisa. É a parte mais extensa do
trabalho, podendo ter várias seções e subseções, variando em função da abordagem do
tema e do método.
Formato de apresentação:
• Os títulos das seções e subseções devem ser elaborados conforme a numeração
progressiva (ver 2.5).
28
1.2.3 Conclusão
Parte final do texto, onde são apresentadas as conclusões correspondentes aos
objetivos ou hipóteses e sugestões relativas ao estudo. É o espaço onde o autor apresenta
o fechamento das idéias de seu estudo e os resultados da pesquisa a partir da análise dos
resultados obtidos. É facultado ao autor apresentar nesta seção os desdobramentos
relativos à importância, projeção e repercussão do trabalho.
Por ser o último elemento textual, a conclusão deve ser numerada de acordo com a
ABNT NBR 6024: Numeração progressiva das seções de um documento escrito (ver seção
2.5).
Exemplo:
29
1.3 ELEMENTOS PÓS-TEXTUAIS
São os elementos que complementam o trabalho. Após a Conclusão, as demais
seções do trabalho não são mais numeradas, porém a paginação segue aparecendo até o
final.
São considerados elementos pré-textuais:
d) referências (obrigatório);
e) glossário (opcional);
f) apêndice(s) (opcional);
g) anexo(s) (opcional);
h) índice(s) (opcional).
1.3.1 Referências
Elemento obrigatório, as referências consistem em um conjunto padronizado de
elementos descritivos retirados de um documento e que permite sua identificação individual.
Devem ser elaboradas conforme a ABNT NBR 6023.
Para maiores detalhes, consulte também o Manual para Elaboração de
Referências, disponível no site da Rede de Bibliotecas do Senac/RS.
Formato de apresentação:
• O título (REFERÊNCIAS) deve figurar no alto da página, centralizado e com o mesmo
recurso tipográfico utilizado nas seções primárias;
• Todos os documentos citados no trabalho devem, obrigatoriamente, aparecer na lista de
referências;
• Para facilitar a elaboração das referências, anote os dados dos documentos após
consultá-los:
a) livros: autor(es), título, nº. de edição, local, editora, ano de publicação e número total
de páginas;
b) artigos de periódicos: autor(es) e título do artigo, título da publicação, local, número do
volume e/ou ano e do fascículo, paginação inicial e final do artigo, mês e ano da
publicação;
c) material disponível na Internet: além das informações pertinentes a cada tipo de
documento, inclua também o endereço do site e a data de acesso. Por exemplo:
Disponível em: . Acesso em 20 abr.
• A lista de referências deve estar ordenada alfabeticamente;
• As referências devem ser digitadas em espaço simples entre linhas e alinhadas à
esquerda (e não no modo justificado como o restante do trabalho). Devem estar
separadas entre si por dois espaços simples.
30
Exemplo:
31
1.3.2 Glossário
Elemento opcional, que consiste em uma lista em ordem alfabética, de palavras ou
expressões técnicas de uso restrito ou de sentido obscuro, utilizadas no texto,
acompanhadas das respectivas definições.
Formato de apresentação:
• O título (GLOSSÁRIO) deve figurar no alto da página, centralizado e com o mesmo
recurso tipográfico utilizado nas seções primárias;
• O texto indicando a palavra ou expressão e seu significado, deve ser ordenado
alfabeticamente e alinhado à esquerda;
Exemplo:
32
1.3.3 Apêndice(s)
Elemento opcional, o apêndice é um texto ou documento elaborado pelo próprio
autor, a fim de complementar sua argumentação, sem prejuízo da unidade nuclear do
trabalho. O(s) apêndice(s) é(são) identificado(s) por letras maiúsculas consecutivas,
travessão e pelos respectivos títulos.
Formato de apresentação:
• Palavra designativa (APÊNDICE), letra maiúscula consecutiva seguida de travessão,
título do Apêndice em letras minúsculas;
• Quando esgotadas as 23 letras do alfabeto, utilizam-se letras maiúsculas dobradas. Por
exemplo:
APÊNDICE AA – Análise de atividades desenvolvidas
APÊNDICE AB – Avaliação de desempenho
• Para não interferir na estrutura física do(s) Apêndice(s), o título pode aparecer na folha
anterior (ver exemplo a seguir);
• A paginação do(s) Apêndice(s) deve ser feita de maneira contínua, dando seguimento à
do texto principal.
Exemplo:
33
Exemplo (continuação de Apêndice):
1.3.4 Anexo(s)
Elemento opcional, que consiste em um texto ou documento não elaborado pelo
autor, que serve de fundamentação, comprovação e ilustração. O(s) anexo(s) é (são)
identificado(s) por letras maiúsculas consecutivas, travessão e pelos respectivos títulos.
34
Formato de apresentação:
• Palavra designativa (ANEXO), letra maiúscula consecutiva seguida de travessão, título
do Anexo em letras minúsculas. Por exemplo:
ANEXO A – Nota fiscal de títulos incorporados ao acervo
ANEXO B – Formulário de satisfação do cliente
• Quando esgotadas as 23 letras do alfabeto, utilizam-se letras maiúsculas dobradas. Por
exemplo:
ANEXO AA – Nota fiscal de mobiliário adquirido em 2007
ANEXO AB – Regulamento geral da biblioteca
• Para não interferir na estrutura física do(s) Anexo(s), o título pode aparecer na folha
anterior;
• A paginação do(s) Anexo(s) deve ser feita de maneira contínua, dando seguimento à do
texto principal.
Exemplo:
35
1.3.5 Índice(s)
Elemento opcional, o índice é uma lista de palavras ou frase, ordenadas segundo
determinado critério (autor, assunto, etc.) que localiza e remete para as informações
contidas no texto. Deve ser elaborado conforme a ABNT NBR 6034.
Segundo a norma, o índice pode ser ordenado das seguintes formas:
a) ordem alfabética;
b) ordem sistemática;
c) ordem cronológica;
d) ordem numérica;
e) ordem alfanumérica.
Quanto ao enfoque a ser adotado no índice, a ABNT NBR 6034 coloca que ele
pode ser de dois tipos:
a) especial: quando for organizado por autores, assuntos, títulos, pessoas e/ou
entidades, nomes geográficos, citações, anunciantes e matérias publicitárias;
b) geral: quando utiliza duas ou mais das categorias anteriores. Exemplo: Índice de
autores e assuntos.
Formato de apresentação:
• O título do índice deve definir sua função e/ou conteúdo. Exemplos: índice de assunto,
índice cronológico, índice onomástico, etc. No trabalho, deve figurar no alto da página,
centralizado e com o mesmo recurso tipográfico utilizado nas seções primárias;
• Em índice alfabético, recomenda-se imprimir, no canto superior externo de cada página,
as letras iniciais ou a primeira e última entradas da página;
• Recomenda-se a apresentação de entradas em linhas separadas, com recuo
progressivo da esquerda para a direita para subcabeçalhos.
36
Exemplo:
37
2 REGRAS GERAIS DE APRESENTAÇÃO
A elaboração dos trabalhos acadêmicos deve ser de acordo com as seções que
seguem:
2.1 FORMATO
O papel a ser utilizado nos trabalhos acadêmicos é o de formato A4 (tamanho 21
cm x 29,7 cm) de cor branca, utilizando-se para impressão somente o anverso das folhas
(exceção para a ficha catalográfica, que deve constar no verso da folha de rosto). O texto
deve ser digitado com fonte na cor preta, podendo utilizar outras cores somente para as
ilustrações.
O tamanho de fonte recomendado é 12 para todo o texto, excetuando-se as
citações de mais de três linhas, notas de rodapé, paginação e legendas das ilustrações e
das tabelas que devem ser digitados em tamanho menor e uniforme (tamanho 10, por
exemplo). No caso de citações de mais de três linhas, deve-se observar também um recuo
de 4 cm da margem esquerda.
2.2 MARGENS
As folhas devem apresentar margens que permitam a encadernação e a
reprodução. Sendo assim, os trabalhos acadêmicos deverão ter margem esquerda e
superior de 3 cm, e margens direita e inferior de 2 cm.
38
Exemplo:
39
2.3 ESPACEJAMENTO
Todo o texto deve ser digitado com espaço 1,5. Exceção para as citações longas
(com mais de mais de três linhas), as notas de rodapé, as legendas das ilustrações e
tabelas, a ficha catalográfica, a natureza do trabalho, o objetivo, o nome da instituição a que
é submetida e a área de concentração, que devem ser digitados em espaço simples. As
referências, ao final do trabalho, devem ser separadas entre si por dois espaços simples.
Os títulos das seções devem começar na parte superior da folha e ser separados
do texto que os sucede por dois espaços 1,5, entrelinhas. Da mesma forma, os títulos das
subseções devem ser separados do texto que os precede e que os sucede por dois espaços
1,5.
Na folha de rosto e na folha de aprovação, a natureza do trabalho, o objetivo, o
nome da instituição a que é submetida e a área de concentração devem ser alinhados do
meio da mancha para a margem direita.
2.3.1 Notas de Rodapé
As notas de rodapé devem ser digitadas dentro das margens, ficando separadas
do texto por um espaço simples de entrelinhas e por filete de 3cm a partir da margem
esquerda.
2.3.2 Indicativos de Seção
O indicativo numérico de uma seção precede seu título, alinhado à esquerda,
separado por um espaço de caractere (ver seção 2.5).
40
2.3.3 Títulos sem Indicativo Numérico
Os títulos sem indicativo numérico devem ser centralizados, conforme a ABNT
NBR 6024. São eles:
a) errata;
b) agradecimentos;
c) lista de ilustrações;
d) lista de abreviaturas e siglas;
e) lista de símbolos;
f) resumos (em língua vernácula e estrangeira);
g) sumário;
h) referências;
i) glossário;
j) apêndice(s);
k) anexo(s);
l) índice.
2.3.4 Elementos sem Títulos e sem Indicativo Numérico
São as seções onde o título não deve aparecer:
a) folha de aprovação;
b) dedicatória;
c) epígrafe;
2.4 PAGINAÇÃO
A partir da folha de rosto, todas as folhas do trabalho devem ser contadas, mas
numeradas somente a partir da introdução (primeiro elemento textual). A numeração é
colocada em algarismos arábicos, no canto superior direito da folha, a 2cm da borda
superior, ficando o último algarismo a 2cm da borda direita da folha. Trabalhos constituídos
de mais de um volume devem manter uma seqüência única de paginação, do primeiro ao
último volume. A paginação de apêndices e anexos deve ser seqüencial à paginação do
texto principal.
41
2.5 NUMERAÇÃO PROGRESSIVA
A numeração progressiva deve ser adotada no trabalho acadêmico para evidenciar
a sistematização do conteúdo. Ela deve ser elaborada de acordo com a ABNT NBR 6024 –
Informação e Documentação – Numeração progressiva das seções de um documento
escrito – Apresentação.
Os títulos das seções primárias devem começar na parte superior da mancha (no
topo da folha) e ser separados do texto que o sucede por dois espaços 1,5 entrelinhas.
Por serem as principais divisões de um texto, devem iniciar em folha distinta. Da mesma
forma, os títulos das subseções devem ser separados do texto que os precedem e que os
sucedem por dois espaços 1,5.
O indicativo de seção deve ser alinhado na margem esquerda, precedendo o título
e dele separado por apenas um espaço de caractere. Todas as seções devem conter um
texto relacionado com elas.
Para destacar gradativamente os títulos das seções e subseções utilizam-se os
recursos tipográficos de negrito, itálico ou grifo e redondo, caixa alta ou versal e outro.
1 SEÇÃO PRIMÁRIA
1.1 SEÇÃO SECUNDÁRIA
1.1.1 Seção Terciária
1.1.1.1 Seção Quaternária
1.1.1.1.1 Seção Quinária
Quando for necessário enumerar diversos assuntos de uma seção que não possua
título, esta deve ser subdividida em alíneas As alienas, segundo a ABNT NBR 6024, devem
ser apresentadas da seguinte forma:
a) o trecho.final do texto anterior às alíneas termina em dois pontos (:);
b) as alíneas são ordenadas alfabeticamente;
c) as letras indicativas das alíneas são reentradas em relação à margem
esquerda;
d) o texto da alínea começa por letra minúscula e termina em ponto-e-vírgula (;),
exceto a última que termina em ponto (.); e, no caso em que seguem subalíneas,
estas terminam em vírgula (,);
e) a segunda e as seguintes linhas do texto da alínea começam sob a primeira
letra do texto da própria alínea.
42
Exemplo:
A Rede de bibliotecas do Senac/RS disponibiliza aos seus usuários diversos
serviços, entre eles:
a) consulta local;
b) empréstimo domiciliar:
- para usuários vinculados ao Senac /RS,
- para usuários que não estejam em débito com a Biblioteca,
- prazos e quantidades estipulados no Regulamento Geral.
c) auxílio à normalização de trabalhos acadêmicos:
- para usuários vinculados ao Senac /RS,
- o usuário deve fornecer uma cópia impressa do trabalho, onde serão
anotadas as observações referentes à ABNT,
- a formatação do trabalho é de responsabilidade do usuário.
d) catálogo on-line;
e) Comutação Bibliográfica (COMUT).
Exemplo de numeração progressiva:
43
2.6 CITAÇÕES
Citação é a menção, no texto, de uma informação extraída de outra fonte. A seguir
são apresentadas informações básicas sobre a elaboração de citações, para uma consulta
mais completa consulte a ABNT NBR 10520.
Deve optar-se por um sistema de chamada: autor-data ou numérico. No sistema
autor-data a menção à obra citada no texto deve aparecer de acordo com sua
representação na lista de Referências (entrada por autor ou título e o ano da obra). No
sistema numérico as fontes são indicadas de forma consecutiva ao longo do documento em
algarismos arábicos. A lista de Referências, neste caso, deve ser apresentada conforme sua
ordem de citação no documento, e não em ordem alfabética como no sistema autor-data.
As chamadas no sistema autor-data devem ser em letras maiúsculas e minúsculas
quando a referência à fonte citada fizer parte da sentença. Quando citado entre parênteses,
o nome do autor deve ser descrito em letras maiúsculas.
Exemplos:
Segundo Shiffman e Kanuk (2000) o comportamento do consumidor estuda de que
maneira as pessoas resolvem gastar seu tempo e dinheiro para fazer uma determinada
compra, assim como seu esforço para consumir.
O comportamento de compra do consumidor “é influenciado por fatores culturais,
sociais, pessoais e psicológicos”. (KOTLER; KELLER, 2006, p. 172).
Quando um documento possui autoria de até três autores, o sobrenome de todos
eles deve aparecer na citação. Quando for escrito por uma entidade coletiva o nome deve
aparecer completo, na forma direta. Se a entrada do documento for pelo título somente a
primeira palavra (acompanhada de artigo ou monossílabo, se for o caso) seguida de
reticências deve aparecer na citação.
Os exemplos a seguir são fictícios e apresentam as diversas formas como estas
citações podem se apresentar:
44
Exemplos:
Segundo Kotler (2006, p. 172), o comportamento de compra do consumidor “é
influenciado por fatores culturais, sociais, pessoais e psicológicos”.
O comportamento de compra do consumidor “é influenciado por fatores culturais,
sociais, pessoais e psicológicos”. (KOTLER; KELLER, 2006, p. 172).
Os autores dizem que o comportamento de compra do consumidor “é influenciado
por fatores culturais, sociais, pessoais e psicológicos” (COVEY; KOTLER; KELLER, 2006, p.
172).
O comportamento de compra do consumidor, de acordo com o Conselho Regional
de Administração (2006, p. 172) “é influenciado por fatores culturais, sociais, pessoais e
psicológicos”.
O comportamento de compra do consumidor “é influenciado por fatores culturais,
sociais, pessoais e psicológicos” (O MARKETING..., 2006, p. 172).
2.6.1 Citação Direta
As citações diretas são transcrições exatas de trechos extraídos da fonte, onde são
apresentadas as palavras do próprio autor. Nas citações diretas deve-se indicar também,
além do ano, a página da obra consultada. As citações diretas podem ser curtas ou longas:
45
a) citações diretas curtas: para citações de até três linhas, devem apresentar
aspas duplas indicando o trecho inicial e final da transcrição. As aspas simples
são utilizadas para indicar citação no interior da citação;
b) citações diretas longas: para citações com mais de três linhas, o trecho deve
ser destacado num bloco único (sem entrada de parágrafo) com recuo de 4cm
da margem esquerda, com letra menor que a utilizada no texto (recomenda-se
fonte nº 10), com espaçamento entre linhas simples e não devem aparecer as
aspas.
Exemplo de citação direta curta:
O comportamento de compra do consumidor “é influenciado por fatores culturais,
sociais, pessoais e psicológicos”. (KOTLER; KELLER, 2006, p. 172).
Exemplo de citação direta longa:
Churchill Jr. e Peter (2003, p. 116) definem a pesquisa de marketing como:
a função que liga o consumidor, o cliente e o público ao profissional de
marketing por meio de informações – estas usadas para identificar e definir
oportunidades e problemas de marketing; gerar, refinar e avaliar ações de
marketing; monitorar o desempenho de marketing; e melhorar o
entendimento do marketing como um processo.
Após reunir alguns conceitos de pesquisa de marketing e compreender qual é a
sua finalidade foi feita uma pesquisa quantitativa que pode auxiliar nas decisões
mercadológicas, diminuindo o risco e aumentando os impactos positivos na organização.
46
2.6.2 Citação Indireta
O mesmo que citação livre (ou paráfrase), é quando expressamos com nossas
próprias palavras a idéia de um autor. Nesses casos, a indicação da página consultada é
opcional.
Exemplo:
Rocha (2004) diz que a melhor estratégia para uma empresa aumentar seus
ganhos financeiros é conquistar a fidelização dos seus clientes, especialmente os mais
importantes, porque quando as pessoas estão satisfeitas com o tratamento que recebem,
não só preferem não mudar de empresa como fazem a divulgação dele para a sua família e
para seus conhecidos. As melhores estratégias de fidelização são o conhecimento dos
consumidores, a segmentação por similaridades de comportamento e o relacionamento
constante com os consumidores.
2.6.3 Citação de Citação
Se, no trabalho, for feita uma citação de um trecho já citado na obra consultada é
preciso indicar primeiramente o sobrenome do autor do trecho seguido da expressão latina
apud (que significa citado por) e então o sobrenome do autor da obra consultada. Na lista de
referências é o nome do autor da obra consultada que deve aparecer. Para as citações
diretas, além do ano também deve aparecer a página do trecho citado.
É importante destacar que este recurso deve ser utilizado somente no caso de
impossibilidade de acesso à obra citada no trecho. Sempre que possível, faça a citação
diretamente na obra.
47
Exemplo:
Atitude, segundo Thurstone (2000, p. 245 apud MOWEN; MINOR, 2003, p. 142) é
“a quantidade de afeição ou sentimento a favor ou contra um estímulo”.
Ou:
Atitude é “a quantidade de afeição ou sentimento a favor ou contra um estímulo”
(THURSTONE, 2000, p. 245 apud MOWEN; MINOR, 2003, p. 142).
O nome que deve constar na lista de referências é o dos autores Mowen e Minor,
que são os autores da obra consultada.
2.7 SIGLAS
Na primeira vez que aparecem no texto, as siglas devem ser colocadas entre
parênteses, logo após sua designação completa. Por exemplo: Serviço Nacional de
Aprendizagem Comercial (SENAC). No restante do texto, o nome por extenso não precisa
mais aparecer, podendo somente a sigla ser citada.
2.8 EQUAÇÕES E FÓRMULAS
A fim de facilitar a leitura de fórmulas e equações, é permitido o uso de uma
entrelinha maior no texto de modo que possa comportar seus elementos (expoentes, índices
e outros). Se necessário, podem sem numeradas com algarismos arábicos entre
parênteses, alinhados à direita.
Exemplo:
2x2+ y2 – 4(16 + 25) = z2 ...(1)
(x2 – y2) / 8 = x2 ...(2)
48
2.9 ILUSTRAÇÕES
As ilustrações são imagens que acompanham o texto. Podem ser de diversos
tipos: desenhos, gravuras, esquemas, fluxogramas, fotografias, gráficos, mapas,
organogramas, plantas, quadros, retratos, etc. Seja qual for o seu tipo, sua identificação
deve aparecer na parte inferior da imagem, precedida da palavra designativa seguida de seu
número de ordem de ocorrência no texto, em algarismos arábicos, do respectivo título e da
fonte de onde foi extraída.
A ilustração deve ser inserida no texto o mais próximo possível do trecho a que se
refere. No texto, dever ser feito uma chamada indicando a existência da ilustração.
Exemplo:
49
2.10 TABELAS
As tabelas são elementos demonstrativos de síntese que constituem unidade
autônoma e apresentam informações tratadas estatisticamente. Devem ser elaboradas
conforme a Norma de Apresentação Tabular do IBGE:
a) as tabelas devem ser inseridas o mais próximo possível do trecho a que se
referem. Se a tabela não couber em uma folha, continua-se na folha seguinte e,
nesse caso, não é delimitada por traço horizontal na parte inferior e repete-se o
título e o cabeçalho na próxima folha;
b) devem ter um título, inserido no topo, indicando a natureza geográfica e
temporal das informações numéricas apresentadas;
c) no rodapé da tabela deve aparecer a fonte de onde ela foi extraída. Notas
eventuais também aparecem no rodapé, após o fio de fechamento;
d) deve-se evitar o uso de fios verticais para separar as colunas e fios horizontais
para separar as linhas. Somente o cabeçalho pode apresentar fios horizontais e
verticais para separar os títulos das colunas. Ao final da tabela é utilizado um
fio horizontal;
e) todas as tabelas do documento devem seguir o mesmo padrão gráfico, ou seja,
devem apresentar o mesmo tipo e tamanho de fonte e utilizar de forma
padronizada letras maiúsculas e minúsculas.
50
Exemplo:
51
APÊNDICE A – Formato Geral de Apresentação
Item
Espacejamento
Entrelinhas
Alinhamento
Fonte
Texto 1,5 Justificado;
Entrada de parágrafo a 1,5cm da
margem esquerda.
Arial ou
Times New Roman;
Tamanho 12.
Citações longas (com mais
de 3 linhas)
Simples Justificado;
Recuo de 4cm da margem
esquerda em bloco único, sem
entrada de parágrafo ou aspas.
Arial ou
Times New Roman;
Tamanho 10.
Figuras Simples O título (em negrito) deve ser
centralizado na parte inferior da
figura, precedido da palavra
designativa, seguida de seu
número de ordem. A legenda
aparece abaixo do título,
indicando a fonte de onde foi
extraída a figura.
Arial ou
Times New Roman;
Tamanho 10.
Tabelas Simples O título (em negrito) deve ser
centralizado na parte superior da
tabela, precedido da palavra
Tabela, seguida de seu número
de ordem;
A legenda com a fonte de onde a
tabela foi extraída, bem como as
notas, devem figurar na parte
inferior da tabela, alinhadas à
esquerda;
As laterais da tabela não devem
ser fechadas, ou seja, as linhas
verticais não devem aparecer.
Arial ou
Times New Roman;
Tamanho 11 para o
título e texto da
tabela; tamanho 10
para a legenda
(fonte e notas).
Resumo em língua
vernácula e Resumo em
língua estrangeira
1,5 Título centralizado no alto da
página;
Texto justificado e sem entrada
de parágrafos, em bloco único;
Palavras-chave logo abaixo do
texto, justificadas. Devem iniciar
com letras maiúsculas e ser
separadas entre si por ponto
final (.).
Arial ou
Times New Roman;
Tamanho 12.
Títulos das seções
primárias
1,5 Devem começar na margem
superior da folha e ser
separados do texto que os
sucede por dois espaços 1,5;
Por serem as principais divisões
de um texto, devem iniciar em
folha distinta;
Arial ou
Times New Roman;
Tamanho 12.
Títulos das subseções
(seções secundárias,
terciárias, etc.)
1,5 Devem ser separados do texto
que os precede e que os sucede
por dois espaços 1,5.
Arial ou
Times New Roman;
Tamanho 12.
52
Item
Espacejamento
Entrelinhas
Alinhamento
Fonte
Notas de rodapé Simples Devem ser digitadas dentro das
margens, ficando separadas do
texto por um espaço simples de
entrelinhas e por filete de 3cm a
partir da margem esquerda.
Arial ou
Times New Roman;
Tamanho 10.
Natureza (tese, dissertação,
trabalho de conclusão de
curso e outros), objetivo
(aprovação em disciplina,
grau pretendido e outros),
nome da instituição a que é
submetido e área de
concentração
Simples Devem figurar nas folhas de
rosto e de aprovação, alinhados
do meio da mancha para a
margem direita.
Arial ou
Times New Roman;
Tamanho 12.
Referências Simples;
Referências
separadas entre
si por dois
espaços simples
Título centralizado;
Referências alinhadas à
esquerda
Arial ou
Times New Roman;
Tamanho 12.